Diante da proximidade para o Dia dos Avós, lembrado em 26 de julho, se reforça a importância do cuidado com o maior e mais visível órgão do corpo humano entre as pessoas idosas: a pele. É ela que garante a percepção de tato, temperatura, pressão, calor e dor. É por meio desse órgão que podemos distinguir texturas e manifestar carinho tocando outro ser.

De acordo com a dermatologista da Clínica Skincare Dermatologia e Restauração Capilar, Dra. Iale Hora, a pele é responsável por revestir todo o nosso corpo, atuando como uma eficaz barreira de proteção contra as agressões externas.

“Podemos dizer que ela é uma grande capa de proteção contra fungos, bactérias, produtos químicos, físicos e fatores ambientais, como o sol, por exemplo. Por isso a pele, como qualquer outro órgão, sofre modificações com o passar do tempo, e essas alterações ocorrem de forma variável em todas as estruturas provocando a aparência de envelhecida”, explica a especialista.

Conforme Dra. Iale, o envelhecimento cutâneo se traduz principalmente pela perda da hidratação, diminuição da oleosidade, diminuição da defesa imunológica contra agressores e, além disso, se torna mais frágil. “Ela vai perdendo a capacidade de atuar como barreira protetora. E a partir daí, é necessário adotar medidas simples diárias como limpeza, uso de protetor solar e hidratação podem garantir o envelhecimento com uma pele mais saudável”, destaca.

De modo geral, a pele da pessoa idosa apresenta uma menor atividade das glândulas produtoras de sebo e de suor, o que a torna uma pele mais ressecada e desidratada. Além disso, conforme observa a dermatologista, existe uma menor atividade de células produtoras de colágeno e elastina, que são as fibras responsáveis por dar firmeza e sustentação à pele. “Com isso, a pele fica mais fina, mais flácida e com sulcos, e linhas de expressão mais marcadas”, aponta.

A especialista também alerta que uma pele muito fina e ressecada costuma causar coceira, por isso não é incomum que os idosos sofram com esse tipo de problema. “Outra coisa que pode piorar o quadro de secura e coceira é o uso de algumas medicações, o uso inadequado de produtos na pele e o hábito de banhos quentes, demorados e com buchas”.

Entre os cuidados diários da pele envelhecida, a médica recomenda banhos mornos, com sabonetes delicados que não façam tanta espuma, e hidratação com cremes emolientes.

“Esses cremes devem ser passados, de preferência, com a pele ainda úmida, logo após o banho. Dependendo da característica de cada um, é possível utilizar hidratantes à base de glicerina, ureia ou mesmo alguns mais sofisticados, que contêm as gorduras normalmente encontradas na pele humana. Isso ajuda a manter a pele hidratada e evita a coceira. Também a torna mais resistente a infecções oportunistas, por diminuir o trauma e, portanto, reduzir microlesões que facilitariam a penetração de agentes infecciosos”, diz Dra. Iale.

Atenção ao câncer da pele

A dermatologista também chama a atenção para o câncer de pele, já que a diminuição da atividade imunológica, comum na pele do idoso, torna a pele mais suscetível a infecções como micoses e viroses, como a herpes zoster, que é, em geral, uma lesão que surge de repente, sendo muito dolorida e podendo apresentar bolhas ou manchas vermelhas, normalmente apenas de um lado do corpo.

“O excesso do sol tomado a vida toda também pode acarretar o câncer da pele em idosos. Qualquer lesão persistente na pele, que não esteja cicatrizando, ou pinta ou mancha que se modificam, devem ser examinadas por um dermatologista para descartar ou confirmar esses diagnósticos”, aponta Dra. Iale.

A especialista também ressalta a importância da pele do idoso ser examinada ativamente. “Em geral, uma vez por ano, em busca de lesões malignas e pré-malignas, para que haja diagnóstico e tratamento precoces, evitando assim, cirurgias maiores e mais traumáticas”, orienta.

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