Sob o vibrante apoio da torcida na Fonte Nova, o Bahia protagonizou uma atuação memorável na última quarta-feira, assegurando sua permanência na Série A do Brasileirão com uma combinação de competência e, é claro, uma dose considerável de sorte.
O embate contra o Atlético-MG na 38ª rodada prometia ser um desafio árduo, considerando que o Tricolor ocupava a zona de rebaixamento e enfrentava a incumbência de superar as expectativas pessimistas. Em entrevista prévia ao jogo, o técnico Rogério Ceni reconheceu o tamanho do desafio que se apresentava.
Contudo, a despeito das circunstâncias desfavoráveis, o Bahia não apenas superou as adversidades, mas ofereceu uma performance exuberante, consolidando sua vitória por 4 a 1 sobre o então vice-líder. O desfecho dramático foi selado com a derrota do Santos, concretizando a permanência do Esquadrão na Série A para a temporada de 2024.
Mas por que o Bahia era considerado o azarão? Além de ocupar a zona de rebaixamento, a equipe vinha de uma derrota para o lanterna América-MG, não vencia em casa há três rodadas e dependia de resultados negativos de Vasco ou Santos.
Rogério Ceni, privado do retorno de Yago Felipe devido a uma cirurgia de apendicite de última hora, escalou o time de forma ousada, com três zagueiros, o volante Rezende no meio-campo e a ausência de um centroavante convencional.
Contudo, o técnico também contou com um “12º jogador” crucial: a torcida apaixonada do Bahia. Demonstrando uma intensidade ainda maior do que o usual, a arquibancada impulsionou a equipe a realizar uma partida repleta de acertos e poucos erros.
O Bahia iniciou pressionando o Atlético, resultando no primeiro gol aos 11 minutos, com Thaciano e Cauly. Embora tenha havido momentos de equilíbrio, a torcida manteve o apoio mesmo após o empate concedido por uma falha defensiva. A virada aconteceu antes do intervalo, com Juba acertando um belo chute após cruzamento de Thaciano.
Na segunda etapa, o Bahia manteve a intensidade, neutralizando o Atlético e ampliando a vantagem com um gol de Thaciano. As substituições foram necessárias devido ao desgaste físico, mas os reservas mostraram-se à altura, garantindo o quarto gol com Ademir.
Por que o Bahia goleou o Galo e garantiu a permanência? Além da determinação e técnica impecáveis, a estratégia eficaz e a resistência emocional foram fatores-chave. A torcida, agindo como o 12º jogador, também desempenhou um papel crucial.
Apesar da campanha irregular ao longo do ano, a permanência na Série A oferece uma oportunidade para reflexão. O Bahia, respaldado pela parceria com o Grupo City, deve aprender com os desafios enfrentados e buscar reforços para almejar objetivos mais ambiciosos nas próximas temporadas.
A tranquilidade conquistada com a permanência permitirá ao Bahia planejar a próxima temporada, que se inicia em 17 de janeiro no Campeonato Baiano, enfrentando o Jequié às 21h30 (horário de Brasília).
Por Gustavo Araujo, 06:30 horas, 7 de Dezembro de 2023.