30 de junho de 2025
Politica

Moraes se convenceu de culpa de Anderson Torres ‘há um bom tempo’, diz defesa ao STF

A defesa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, réu na ação penal do golpe, afirmou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o relator do processo, ministro Alexandre de Moraes, está convencido da culpa de Torres “há um bom tempo” e vem ignorando evidências. O advogado do ex-ministro comparou a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra ele a um manual de “caça às bruxas”. Durante o 8 de Janeiro, Torres era o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal e estava nos Estados Unidos.

“O ministro relator convenceu-se da culpabilidade de Anderson Torres há um bom tempo e tem evitado os inúmeros elementos probatórios em sentido contrário”, afirmou o advogado Eumar Novacki ao Supremo na segunda-feira, 28, citando um julgamento de 2023 em que Moraes disse que Torres fugiu para os Estados Unidos e jogou o celular no lixo, o que a defesa nega.

O advogado acrescentou que, com esse padrão de Moraes, os esforços da defesa serão “completamente inúteis” para inocentar o ex-ministro na Primeira Turma, colegiado que julga as ações dos atos golpistas.

Ministro do STF Alexandre de Moraes em julgamento na Primeira Turma
Ministro do STF Alexandre de Moraes em julgamento na Primeira Turma

No mês passado, a Primeira Turma do tribunal aceitou a denúncia da PGR contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Torres e outros seis aliados por integrarem o “núcleo crucial” da organização criminosa que tentou dar um golpe de Estado no País.

Para a defesa de Torres, a acusação da Procuradoria é um “roteiro imaginário” comparável à obra O martelo das feiticeiras, uma espécie de “manual de caça às bruxas”.

“O frei inquisidor Heinrich Kramer, que sistematizou ideias e estórias, frutos de seu rancor e imaginação fértil, publicou no século XV o Malleus Maleficarum: ‘O martelo das feiticeiras’. Tornou-se rapidamente o manual de ‘caça às bruxas’ e aqueles que ousassem contrariar as ‘verdades’ mencionadas na obra eram logo acusados de bruxaria”.

Em outro trecho dos documentos encaminhados ao STF, a defesa de Torres disse que ele só foi denunciado por ter feito parte da gestão Bolsonaro. “Esse fato, por óbvio, não configura qualquer ilícito penal”.

 

 

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