1 de maio de 2025
Politica

Entenda o caso da deputada federal que denunciou ex-marido por agressão: ‘Sobrevivi’

A deputada federal Marussa Boldrin (MDB-GO) denunciou publicamente na segunda-feira, 28, o ex-marido Sinomar Vaz de Oliveira Júnior, com quem teve um relacionamento de nove anos, como autor de agressões físicas, verbais e psicológicas contra ela.

Em carta aberta publicada no Instagram, a deputada relata as violências sofridas, que começaram assim que ela teve a primeira filha, hoje com sete anos. “Não cabe amor onde existe violência. Eu sobrevivi”, escreveu.

A deputada Marussa Boldrin (MDB-GO)
A deputada Marussa Boldrin (MDB-GO)

Segundo relata Marussa, a primeira agressão física ocorreu em 2023, logo após sua posse como deputada, mas por vergonha ela optou por não denunciar o então marido. Quando sofreu o segundo espancamento, em 2025, a deputada afirmou ter procurado uma delegacia em Brasília, registrado um boletim de ocorrência, realizado exame de corpo de delito e pedido uma medida protetiva com base na Lei Maria da Penha contra Sinomar Vaz de Oliveira Júnior.

O advogado ficou proibido de manter contato e se aproximar menos de 300 metros de distância de Marussa e de seus familiares (medida que não se aplica aos dois filhos do casal). O Estadão não localizou a defesa de Oliveira Júnior, e o espaço segue aberto para manifestação.

“Tomei meu primeiro passo para romper de vez esse ciclo. Meu divórcio já foi consumado pela Justiça que entendeu os abusos que vivi e me garantiu a guarda dos meus filhos”, escreveu.

A deputada relatou que as agressões psicológicas começaram assim que a primeira filha nasceu, quando Oliveira Júnior se afastou dela, passou a xingá-la de incompetente e dizia “ter nojo” do leite materno ao ver a mulher alimentando o bebê.

Em entrevista concedida à TV Anhanguera, Marussa também relatou que as agressões aumentaram quando tentou se separar de Oliveira Júnior, e que o então marido a enforcou e a jogou no chão. “Ele me bateu muito. Ele me bateu com tapa, com soco na cara, enforcando meu pescoço. Me jogou no chão por várias vezes”, relatou.

Como mostrou a Coluna do Estadão, há um mês, a deputada de primeiro mandato apresentou um projeto de lei para aumentar as penas de crimes de lesão corporal contra mulheres e feminicídio cometidos em áreas rurais. A proposição prevê também que serviços de saúde, públicos e privados, sejam obrigados a notificar casos de suspeita de violência contra a mulher atendida.

O MDB Nacional emitiu uma nota de apoio à deputada, afirmando que Marussa não está sozinha. “O MDB e o MDB Mulher apoiarão irrestritamente a deputada federal Marussa Boldrin, que, com coragem, tornou pública sua experiência de violência doméstica, compartilhando, em carta aberta, a dor e a superação de um ciclo de abuso, representando milhares de mulheres que também enfrentam essa realidade”, diz trecho da nota.

Diversos parlamentares, além de entidades, prefeituras e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), também prestaram apoio à deputada nas redes sociais.

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