Andreazza sobre fraude do INSS: ‘No governo Lula esquema aumentou’; veja vídeo
No episódio desta quinta-feira, 1.º, do quadro Andreazza Reage, o colunista do Estadão Carlos Andreazza analisa a participação do ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT), na Comissão de Previdência e Assistência Social da Câmara dos Deputados, na última terça-feira, 29. O ministro foi convidado por deputados para prestar esclarecimentos sobre as irregularidades no esquema de descontos sem autorização em pensões e aposentadorias do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Durante a audiência, Lupi defendeu a prisão dos envolvidos nas fraudes e sugeriu que as investigações devem revelar não apenas os executores do esquema, mas também os articuladores e beneficiários ocultos, que chamou de “mentores” por trás das irregularidades. “Prepare-se que vai para cadeia toda essa gentalha marginal, inclusive aparecendo quem está por trás delas.”
Para Andreazza, a declaração de Lupi tenta isentar o governo Lula de responsabilidade ao insinuar que o esquema seria operado por terceiros alheios à atual gestão petista. O colunista afirma que, embora a origem da fraude remonte a governos anteriores, é sob Lula que o esquema se expande de forma expressiva, mesmo após alertas formais ao ministro da Previdência.
Segundo registros em atas de reuniões, Lupi foi alertado sobre os descontos associativos em junho de 2023, mas só adotou medidas concretas em março de 2024.
“Começa em 2016, passa pelo governo Temer, passa pelo governo Bolsonaro e chega ao governo Lula. No governo Lula, o esquema aumentou, está dado isso. Em função do volume imenso, sai do milhão e vai para o bilhão no governo Lula”, diz Andreazza.
A disparada de descontos em 2023 motivou uma investigação pela Controladoria-Geral da União (CGU) e culminou na Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal (PF) no final de abril.
A PF apura desvio de recursos diretamente do contracheque de aposentados e pensionistas. Segundo a investigação, os desvios começaram em 2016, durante o governo de Michel Temer (MDB), e desde então alcançaram R$ 7,99 bilhões – quase todos, irregulares. Foram entrevistados 1,3 mil beneficiários que tinham descontos em folha, e 97,6% não haviam autorizado o repasse.
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