30 de junho de 2025
Politica

Aliados de Lupi defendem que ministro entregue cargo para evitar fritura no governo

BRASÍLIA – Aliados do ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT), defendem que o ministro deixe a pasta para evitar a fritura por segmentos do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Desde a semana passada, o presidente licenciado do PDT tem sido pressionado pelo escândalo dos descontos indevidos de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Carlos Lupi, presidente licenciado do PDT e ministro da Previdência
Carlos Lupi, presidente licenciado do PDT e ministro da Previdência

O governo não defendeu o ministro de forma suficiente nesta semana, segundo avaliação de aliados. Além disso, há um receio de que o Palácio do Planalto use a sua exposição para “desviar o foco” das irregularidades praticadas por sindicatos e associações, vistas como próximas ao petismo.

As investigações sobre as fraudes no INSS recaem sobre 11 entidades. Uma delas é dirigida pelo irmão de Lula, Frei Chico. O Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), no entanto, nega irregularidades.

Para pedetistas ouvidos pela reportagem, Lupi deveria entregar o cargo para “não continuar sendo fritado como está sendo”. Há uma avaliação de que o governo receia se prejudicar com a ligação política com as entidades, já que “o DNA do PT está nos sindicatos”. Com isso, apontam que o governo pode usar Lupi para encontrar um culpado para o problema.

Há impressões, também, de que o ministro está sofrendo retaliação por ter desagradado parte do governo e do mercado pela conduta da pasta com as taxas de juros para empréstimos consignados do INSS.

Segundo aliados do ministro, a decisão de deixar o governo é de foro íntimo de Lupi, porque “quem está aguentando é ele”. Há um cuidado do partido de não transparecer falta de suporte ao ministro. Integrantes da legenda reforçam que confiam em Lupi e argumentam que o ministro tomou providências quando soube das denúncias.

Pedetistas também defendem a posição de Lupi sobre extinguir o papel do INSS de intermediar os descontos das entidades nos benefícios e afirmam que a instituição não deveria agir como “corretora”.

Reportagem do Jornal Nacional, da TV Globo, de 26 de abril, mostrou que Lupi soube das denúncias em junho de 2023, mas demorou quase um ano para tomar medidas. Ao Broadcast Político, Lupi negou omissão, disse que procurou agir e responsabilizou o então diretor de Benefícios, André Félix Fidélis, pela lentidão nas apurações internas, o que levou à necessidade de o ministro demiti-lo.

 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *