15 de agosto de 2025
Politica

Caiado diz que ‘presidencialismo está destruído’ e critica emendas; veja

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), pré-candidato à Presidência da República, afirmou nesta segunda-feira, 5, que o sistema presidencialista no Brasil está “destruído” e criticou os valores destinados às emendas parlamentares. Segundo ele, essa configuração contribui para “fragilizar” os poderes atribuídos ao presidente.

Ronaldo Caiado, governador de Goiás
Ronaldo Caiado, governador de Goiás

“O presidencialismo foi totalmente destruído no Brasil. Onde está a liturgia do cargo da Presidência da República? Acabou. Eu fui deputado federal e senador, com R$ 15,5 milhões de emendas por ano, sem serem impositivas. Hoje, o parlamentar de baixo clero tem R$ 100 milhões. Senador tem R$ 300 milhões”, disse Caiado em palestra promovida pela Instituto Fernando Henrique Cardoso, em São Paulo.

Caiado afirmou que a atual dinâmica de liberação de emendas enfraquece o Poder Executivo. “A figura do presidente foi ficando fragilizada diante dessa ameaça que é imposta. Ele entrega aquilo que é prerrogativa dele para o Congresso, para o Supremo que legisla em matérias que são do Congresso também”, afirmou.

Para o governador, o cenário “insustentável” infla a gerência dos parlamentares sobre o Orçamento. “O plano de governo é do presidente. O deputado foi feito para aprovar o Orçamento, fiscalizar o Orçamento e legislar nas matérias de lei complementar e ordinária à proposta. Pronto. Essa é a finalidade do deputado e do senador. Agora, não é ele que vai decidir que vai repassar o dinheiro, que é discricionário, que está no plano de governo, para fazer o que ele acha que deve fazer no município. Isso aí é insustentável”, disse Caiado.

O uso das emendas parlamentares como instrumento de barganha política ganhou força durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Como revelado pelo Estadão, a falta de transparência sobre o destino dos valores era catalisador de corrupção no esquema conhecido como orçamento secreto.

Mas o tema voltou à tona, agora como ponto de tensão entre os Três Poderes, no terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O impasse se intensificou após o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspender o pagamento de todas as emendas. A exigência era o estabelecimento de regras claras de transparência que permitam rastrear a destinação e a liberação dos recursos.

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