Centrão vê CPI do INSS enterrada na Câmara, e governo Lula fica nas nãos de Alcolumbre
A atual chance de a Câmara instalar a Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar o escândalo do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) é zero, na avaliação de integrantes do Centrão. Apesar de a CPI estar praticamente “enterrada” na Casa, contudo, parlamentares do grupo político que dá as cartas no Congresso ouvidos pela Coluna do Estadão ainda veem possibilidade de avanço de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI). Esse cenário deixa o governo Lula, neste momento, nas mãos do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), tem dito que há uma fila de pedidos de instalação de CPIs, quando questionado sobre o assunto. A fala é vista como uma sinalização de que o deputado não abrirá a investigação, que tem potencial de desgastar a gestão petista.
Alcolumbre, contudo, ainda não se pronunciou publicamente sobre o tema. O senador, que emplacou na semana passada o novo ministro das Comunicações, ainda negocia com o Palácio do Planalto indicações para agências reguladoras e insiste na demissão do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, seu desafeto. A prerrogativa de instalar uma CPMI, que reúne deputado e senadores, é de Alcolumbre porque o presidente do Senado também acumula o cargo de presidente do Congresso Nacional. Procurado, ele não respondeu.
A coleta de assinaturas para abertura da CPMI está sendo feita pela deputada Coronel Fernanda (PL-MT) e pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF). Segundo as organizadoras do movimento, já há apoio suficiente, mas o requerimento só deve ser protocolado no próximo dia 20, com a justificativa de aumentar ainda mais o número de signatários.
