2 de julho de 2025
Politica

Visita de Lula à Rússia é mais um périplo antidemocrático do nosso presidente

[[{“value”:”

Em busca de uma influência internacional ilusória ou perdida, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarca esta semana para a Rússia. Diplomatas, aliados e bajuladores já espalharam que, além da cerimônia de comemoração dos 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial, Lula irá mediar esforços para a paz, sobretudo na guerra da Ucrânia. Nisso não terá chances razoáveis de êxito, porque o país invadido não considera nosso presidente um interlocutor válido – apenas um parceiro menor dos agressores.

A verdade é que essa ida da comitiva brasileira à Rússia de Vladimir Putin – um líder político com mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional – é apenas mais uma da sequência dos atos de Lula em desapreço à democracia – são muitos em sua longa trajetória. Por mais esse, perderá alguns valiosos votos do centro caso se candidate à reeleição em 2026.


 O ex-presidente Lula e o presidente Wladimin Putin. Reprodução do Facebook do deputado Paulo Pimenta.
O ex-presidente Lula e o presidente Wladimin Putin. Reprodução do Facebook do deputado Paulo Pimenta.

A União Soviética de fato conseguiu derrotar a Alemanha nazista em 1945, na frente leste da batalha. Perdeu milhões de soldados e resistiu bravamente às investidas do Eixo. A oeste de Berlim, a tarefa coube aos aliados, comandados pelos Estados Unidos, com a Inglaterra, a França rebelde e até mesmo o Brasil como força de apoio. Mas esta é apenas parte da história. Divulga-se menos que, entre agosto de 1939 e junho de 1941, a União Soviética e a Alemanha nazista comportaram-se como aliadas.

Ambos os países, comunista e nazista, firmaram até mesmo o pacto de não agressão, conhecido como Molotov–Ribbentrop, o nome de seus respectivos ministros de relações exteriores. O acordo possuía termos ignóbeis como a neutralidade da União Soviética em caso de invasão nazista na Polônia (que ocorreria no mês seguinte) e o mesmo em caso de agressão do exército de Stalin à Finlândia – que também aconteceu.

A ação entre os então amigos não parou por aí. Alguns países, como os das repúblicas bálticas – Estônia, Letônia e Lituânia – sofreram uma espécie de administração conjunta. Quem hoje visita estas nações poderá ver, nos museus da ocupação, exemplares de bandeiras em que havia tanto a suástica nazista como a foice e martelo comunista. Com o rompimento do acordo pelos nazistas, que invadiram a Rússia de surpresa, campos de concentração apenas mudaram de nome – passaram a se chamar gulags.

Logo, Lula estará numa celebração de gente quase tão ditatorial e violenta quanto os inimigos alemães. E confraternizará com nomes como Nicolas Maduro, da Venezuela, Miguel Díaz-Canel, de Cuba, Aleksandr Lukashenko, da Bielorrússia, tudo gente que despreza a democracia e persegue seus dissidentes. Desde que a Rússia de Putin invadiu a Crimeia, em 2014, os representantes da democracia liberal têm evitado esse convescote de autocratas na Praça Vermelha.

A maior estrela do evento será o presidente chinês, Xi Jiping. Esse, sim, com algum poder de mudar o rumo das coisas na guerra da Ucrânia, mas que também não é lá admirador das democracias liberais. O presidente Trump cultua líderes fortes como Putin e Jinping, mas nem ele se animou a ir ao desfile.

Lula estará lá na Rússia não só por pragmatismo, mas por convicção. Conforme as ideias do nosso chanceler informal Celso Amorim, acredita que é preciso mudar o eixo de poder do mundo. Em direção ao Sul Global, conforme a nova expressão da moda. O problema é que, nesse novo rumo, questões como direito internacional, direitos humanos, democracia podem ir para lata de lixo – com a conivência de nosso presidente. Para Putin, Jinping e tantos outros, Lula é apenas um líder “café com leite”, devido à nossa falta de poder bélico ou relevância internacional. Porém, é bastante útil aos interesses confessáveis e inconfessáveis desses perigosos donos do poder.

“}]] 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *