Governo Lula não sabe como ressarcir aposentados, mas fará de qualquer jeito pois a eleição vem aí
Ante o roubo bilionário aos nossos mais velhos, o mantra governista é: Lula ordenou que nenhum aposentado seja prejudicado. Disse o advogado-geral da União: “O que não podemos, neste momento, é sermos omissos. E não seremos.” Um incauto que ouvisse Messias poderia de repente imaginar que este governo teve início em 25.
Teve início em 23, ano em que o volume de descontos quase dobrou. Era de pouco mais de R$ 700 milhões em 22. Chegaria a R$ 2,8 bilhões em 24.

Chegaria a 25 o governo sem a mais mínima ideia de como ressarcir os roubados; de quantos serão eles e os bilhões a serem restituídos. A natureza da fraude, operada sob a falta de controle do INSS, expressa a impossibilidade de distinguir as vítimas. Lula pagará de qualquer maneira, porque a eleição vem aí.
Simone Tebet já nos informou que “o dinheiro que irá ressarcir” não virá somente “da apreensão de bens, porque pode ser insuficiente”. Pagaremos a conta todos, inclusive os rapinados.
Lula deixou a ordem, pela restituição a todos os surrupiados, e foi celebrar Putin. O presidente, enérgico com o INSS, tirou Lupi e manteve Lupi no Ministério da Previdência Social, e então viajou à Rússia para reverenciar o autocrata; o rigoroso democrata Lula, também um dos salvadores da democracia brasileira.
Para falar de rigor: o novo ministro da Previdência Social era o secretário-executivo da pasta; e estava na reunião formal em que o governo foi informado da roubalheira. Antes, deputado, fora coautor de muamba em medida provisória que adiaria a eficácia de mecanismos de controle sobre a concessão de descontos.
Toda essa sacanagem desnudada – e o governo a manter inalterado o feudo da Previdência Social. Governo que, ciente das fraudes desde (pelo menos) junho de 23, só tomaria providências em março de 24. Providências cujos efeitos se medirão no fato de os dinheiros descontados terem mais que dobrado em 24.
Ainda Messias: “Preferimos atuar, em caráter excepcional, para compensar cada vítima que foi lesada por esse escândalo criminoso.” Seria o caso de lhe perguntar como fundamentará o pedido por crédito extraordinário. Ou alguém acredita que Orçamento que nem sequer prevê o Pé de Meia poderá ser remanejado para ressarcir as vítimas?
Será necessário fabricar a bufunfa, para cujo pedido formal o cronista propõe, por base, algo de franqueza rigorosa assim:
Também responsáveis os senhores parlamentares pela ladroagem, venho por meio desta pedir novamente ao Congresso bilhões suplementares para cobrir o buraco derivado do roubo aos aposentados, golpe decorrente de termos sido, com generosidade, omissos e incompetentes. Apostando que o tempo fará a indignação se acomodar, e de modo a propagandear que cobriremos o rombo legado pela cobertura a este roubo, apregoamos a intenção de cobrar a nossas fraternas associações sindicais que devolvam a grana larapiada.