Promotor denuncia dois ladrões de celular pelo assassinato de ciclista no Parque do Povo
O Ministério Público de São Paulo denunciou nesta quinta-feira, 15, os assassinos do ciclista Vitor Felisberto Medrado, de 46 anos, executado com um tiro no pescoço por volta de 6h10 do dia 13 de fevereiro na rua Brigadeiro Haroldo Veloso, Itaim. Jeferson de Souza Jesus e Erik Benedito Veríssimo mataram para roubar o celular de Medrado. O Estadão busca contato com a defesa.
O crime ganhou enorme repercussão pela brutalidade da ação dos ladrões próximo ao Parque do Povo. “Agiram em concurso e com unidade de desígnios, mediante violência exercida com o emprego de arma de fogo”, assinala o promotor de Justiça Cássio Roberto Conserino, autor da denúncia.
Segundo o promotor, os dois acusados ‘subtraíram, por motivo fútil para proveito comum, o aparelho celular da marca Samsung modelo S23 pertencente a Vitor Felisberto Medrado, sendo que da violência empregada resultou na morte da vítima’. Os dois estão presos.
A Polícia apurou que Jeferson e Erik decidiram, naquela manhã, efetuarem roubos na região de Pinheiros e no Itaim. Erik estava armado com um revólver calibre 38. Seu cúmplice pilotava uma motocicleta Yamaha/Fazer 250 azul. “Partiram em busca de vítimas”, descreve o promotor.
“Ao passarem pelo local dos fatos, Jeferson e Erik vislumbram a vítima na beira da calçada, sentada sobre uma bicicleta e manuseando o aparelho celular”, segue a denúncia. “Imediatamente retornaram na contramão e foram em direção à vítima. Aproximaram-se e Erik desembarcou da motocicleta, empunhando a arma de fogo, engatilhada. Com o dedo no gatilho, anunciou o assalto apontando a arma em direção à vítima.”
Na denúncia de seis páginas, o promotor destaca que ‘antes de qualquer reação da vítima, Erik efetuou disparo em direção ao pescoço da vítima, que tombou no chão, derrubando o aparelho celular que trazia em mãos’.

Erik, ainda segundo a acusação do Ministério Público, pegou o celular de Medrado que estava no chão, montou na garupa da motocicleta e partiram em fuga, passando pela rua Doutor Flávio Américo Maurano, em direção à Favela Paraisópolis – a fuga foi captada por câmeras de segurança.
Uma testemunha filmou pelo celular os matadores de Medrado. Ela acionou a Polícia e o resgate. O ciclista ainda foi levado a um hospital, mas morreu.
A partir das imagens do roubo captadas pelas câmeras existentes no local, a Polícia conseguiu identificar a moto e o caminho percorrido pelos ladrões. Os investigadores identificaram Paraisópolis como sendo a região onde os bandidos residem a partir da análise georreferencial do celular de Medrado.
O promotor também requereu a fixação de um valor de pelo menos 350 salários mínimos para reparação dos danos morais causados pelo crime, ‘considerando os prejuízos sofridos pelos familiares da vítima’.
Cassio Conserino defende que os dois acusados permaneçam em regime de prisão preventiva, até o trânsito em julgado, ‘já que os fatos são concretamente graves e o estado de liberdade destes agentes é sobremaneira prejudicial à paz pública’. Ele observa que o crime ‘causou clamor social diante da covardia’ e que pedirá ‘recrudescimento de pena’ aos denunciados.
O promotor também pede a continuidade das investigações ‘a fim de identificar outros integrantes da quadrilha’.