1 de julho de 2025
Politica

Lula resgata fantasma do controle da mídia ao pedir ajuda de ditador na regulamentação das redes

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O pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o governo chinês ajudar o Brasil na regulamentação das redes sociais não contribuiu para o avanço do tema no Congresso Nacional. Ao contrário disso, deve contaminar ainda mais o ambiente, dificultando a busca de acordo para votar a pauta.

Ao recorrer à ditadura de Xi Jinping para tratar do assunto, o petista aumenta a desconfiança entre congressistas sobre o real interesse do governo na elaboração de dois projetos de lei que serão encaminhados ao Legislativo, como revelou o Estadão.

A conversa de Lula e da primeira-dama Janja com Xi Jinping, com críticas ao conteúdo publicado nas redes sociais, resgata um fantasma da pauta petista: a tentativa de controlar as mídias. Lula dispara um alerta na oposição e na sociedade civil, pois mistura o debate sobre o necessário avanço na legislação para regulamentar a atuação das redes e plataformas com os desejos de censura.

Não é de hoje que o Partido dos Trabalhadores tem obsessão pelo tema. Nos governos Lula e Dilma, o partido pressionou para avançar com uma proposta. Em 2010, o próprio presidente cobrou, em reunião da Executiva do PT, que a sigla colocasse como prioridade a aprovação de um marco regulatório dos meios de comunicação.

Num “ato falho”, em fevereiro deste ano, Lula defendeu a regulação do que chamou de “imprensa digital” e chamou o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF para esse debate. Lula não foi claro ao explicar o que seria a “imprensa digital” – se seriam os sites jornalísticos hospedados na internet ou as plataformas digitais de redes sociais, como X e Facebook.

No mesmo dia, a Secretaria de Comunicação Social do Palácio do Planalto precisou esclarecer a abordagem e disse que Lula defendeu a regulação de plataformas digitais e que a declaração do presidente não tinha relação com conteúdo jornalístico da imprensa convencional.

Agora, para piorar a cisma, as tratativas de Lula com o ditador chinês não ocorreram de forma transparente. Foram reveladas pela imprensa e a divulgação ainda irritou o presidente. “Alguém teve a pachorra de ligar para alguém e contar uma conversa de um jantar muito confidencial e pessoal”, reclamou em entrevista.

São conjecturas assim que impedem, até hoje, a votação de projetos para uma regulamentação séria das mídias, com garantia da liberdade de expressão e de que não haverá risco de censura prévia.

O projeto de lei das Fake News foi para a gaveta da Câmara em 2023. No final do ano passado, uma nova proposta de autoria dos deputados Silas Câmara (Republicanos-AM) e Dani Cunha (União-RJ). O texto da oposição ganhou adeptos no governo Lula, mas também não teve sucesso até o momento.

A matéria ainda aguarda designação de relator na Comissão de Educação. Também não há sinalização do presidente da Casa, Hugo Motta, de que tentará impulsionar essa pauta agora.

Presidente da República, Luiz Inacio Lula da Silva, durante a cerimonia de boas-vindas, no Grande Palácio do Povo, com o presidente da Republica Popular da China, Xi Jinping.
Presidente da República, Luiz Inacio Lula da Silva, durante a cerimonia de boas-vindas, no Grande Palácio do Povo, com o presidente da Republica Popular da China, Xi Jinping.

Lula admitiu pedido a Xi Jinping para regulamentar redes

O presidente Lula admitiu, na quarta-feira, dia 14, que havia perguntado ao líder chinês, Xi Jinping, na noite anterior, se poderia enviar ao Brasil uma pessoa de confiança para discutir ‘questões digitais’, principalmente sobre o TikTok.

Segundo o petista, a resposta de Xi foi a de que o Brasil tem o direito e o poder de fazer a regulamentação das redes e até banir a plataforma do País. Também afirmou que o governante chinês se comprometeu a enviar uma pessoa para discutir o tema no Brasil.

“Não é possível a gente continuar com as redes sociais cometendo os absurdos que cometem, e a gente não ter a capacidade de fazer uma regulamentação”.

Só abordou o tema depois de a imprensa divulgar a informação, vazada por um dos governistas que estavam com Lula no jantar o presidente Chinês.

Após o episódio, aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva relataram à Coluna do Estadão um clima de total desconfiança na viagem de volta ao Brasil.

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