Planalto escala aliados ‘bons de briga’ e quer comando da CPMI do INSS
O Palácio do Planalto quer aliados “bons de briga” na CPMI do INSS. Embora ainda tente convencer o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), a enterrar o colegiado, o governo Lula vê que a instalação será inevitável e elabora a estratégia de enfrentamento aos bolsonaristas, almejando o controle da Comissão.
Petistas ouvidos pela Coluna do Estadão dizem querer repetir o cenário da CPMI do 8 de Janeiro. A comissão, que funcionou em 2023, foi inicialmente proposta pela oposição, mas acabou dominada por governistas.
Para isso, o Planalto cogita recrutar para a investigação do INSS nomes de peso como os senadores Renan Calheiros (MDB-AL), Omar Aziz (PSD-AM), Randolfe Rodrigues (AP), líder do governo no Congresso, e o deputado Lindbergh Farias (RJ), líder petista na Câmara.
Se a CPMI ganhar mais força para ser instalada, o governo pretende encerrar logo a investigação. Não quer arrastar para o ano eleitoral. Sabe, porém, que a comissão paralisará sua agenda no Congresso este ano, num momento em que Lula tenta aprovar pautas para melhorar a popularidade: a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda e a PEC da Segurança.
Aliados de Lula temem mais desgaste ao governo se ficarem contra a CPMI
Os petistas contrários à CPMI argumentam que os descontos indevidos de sindicatos e associações em aposentadorias e pensões de beneficiários do INSS já estão sendo investigados pela Polícia Federal (PF) e, por isso, não haveria necessidade de apuração do Congresso. Parte da base aliada, contudo, teme que o governo fique desgastado ao se opor à instalação do colegiado e veem uma oportunidade de colar as irregularidade no governo Bolsonaro.
