‘Tuta’, ‘Gringo’, ‘Libanês’, ‘Angola’: leia o que a Promotoria fala do líder do PCC preso na Bolívia
‘Tuta’, ‘Gringo’, ‘Africano’, ‘Libanês’, ‘Angola’ são alcunhas do chefão do PCC capturado na Boliívia na noite de sexta, 16. Seu nome de batismo é Marcos Roberto de Almeida, mas ele também usa Manuel Gonçalves de Almeida, nome do pai, já falecido.
Aos 55 anos, condenado a 12 por tráfico, lavagem de dinheiro e organização criminosa, ‘Tuta’ chegou ao topo na hierarquia da facção exercendo a função de ‘sintonia final da rua’. O Estadão busca contato com a defesa. O espaço está aberto.

Após a condenação, atravessou a fronteira e vivia escondido em Santa Cruz de La Sierra, vizinho a Corumbá, Mato Grosso do Sul.
Ao se apresentar a um posto migratório naquela cidade boliviana ele caiu. Agentes da Fuerza Especial de Lucha contra el Crimen (Felco) o prenderam e o governo da Bolívia decretou sua expulsão. A Polícia Federal o recebeu em Corumbá, já no domingo, 18, e o transferiu para a Penitenciária Federal de segurança máxima em Brasília.
O líder do PCC ocupa páginas e páginas de relatórios de investigação do Ministério Público de São Paulo. O Estadão teve acesso a esses documentos.
Leia os documentos produzidos pelo Ministério Público sobre ‘Tuta’:

Foi denunciado na Operação Sharks e condenado pela 1.ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital. Como líder da ‘sintonia da rua’, cabia a ele o ‘controle sobre todos os setores da organização criminosa relacionados às atividades de tráfico de drogas, uma das atividades mais lucrativas do grupo’.
Segundo as investigações, o PCC movimentou com o tráfico de entorpecentes ‘mais de um bilhão de reais entre os anos de 2018 e 2019’.
Para lavar parte desse dinheiro, ‘Tuta’ constituiu empresas em seu nome e também no nome de sua companheira, Adriana Cristina dos Santos, e de seus cunhados, a quem usou para ‘ocultar e dissimular a origem e a propriedade dos bens adquiridos com recursos ilícitos’.