30 de junho de 2025
Politica

Gilmar Mendes defende regulamentação das redes e critica ação de ‘agentes estrangeiros’

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), usou seu perfil no X (antigo Twitter) para defender a regulamentação das plataformas digitais no Brasil nesta quinta-feira, 22. O decano da Corte afirmou que, assim como regulamentar as redes sociais, estabelecer “parâmetros para discursos odiosos” constituem a base da soberania nacional para qualquer nação contemporânea.

Ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF)
Ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF)

Em uma série de publicações, Gilmar também disse que “não se pode admitir que agentes estrangeiros cerceiem o exercício da jurisdição doméstica na tutela de garantias constitucionais”. “A autonomia normativa representa imperativo da autodeterminação democrática”, afirmou.

A declaração de Gilmar ocorre um dia depois de o secretário de Estado americano, Marco Rubio, afirmar que “há uma grande possibilidade” de o ministro Alexandre de Moraes ser alvo de sanção por parte do governo de Donald Trump. O caso não foi citado diretamente pelo decano nas publicações.

Moraes é acusado por parlamentares americanos de “perseguir a oposição, incluindo jornalistas e cidadãos comuns”, tanto no Brasil, como nos Estados Unidos. A reação ocorre diante de decisões de Alexandre de Moraes para a retirada de conteúdos e perfis do ar por plataformas digitais, pela propagação de discurso de ódio e desinformação.

Gilmar afirmou ainda que “câmaras de eco e manifestações extremistas”, vividas pelo Brasil nos últimos anos, “corroem os fundamentos republicanos”. Para o ministro, cada Estado deve garantir os preceitos democráticos baseado em sua própria legislação.

A publicação também foi realizada no momento em que o assunto da regulamentação volta a ser discutido pelo Executivo. Na última semana, a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, mencionou o TikTok durante reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com o líder chinês Xi Jinping, segundo relatos ao portal G1.

A intervenção da primeira-dama teria sido em defesa da regulamentação da rede social, mencionando que mulheres e crianças são as principais vítimas de violência que ocorrem por meio das plataformas.

Em defesa da mulher, Lula afirmou que foi ele que iniciou uma conversa sobre o TikTok com Xi e pediu uma pessoa de confiança ao líder chinês para visitar o Brasil.

Como mostrou a Coluna do Estadão, ao recorrer à ditadura de Xi Jinping para tratar do assunto, o petista aumenta a desconfiança entre congressistas sobre o real interesse do governo na elaboração de dois projetos de lei que serão encaminhados ao Legislativo sobre a regulamentação das redes sociais.

 

 

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