Confusão do IOF é novo trunfo de Nikolas para desgastar Haddad
O PL elegeu o deputado Nikolas Ferreira (MG) como principal ativo para desgastar ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Com a confusão sobre o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o parlamentar está de prontidão para gravar vídeo com críticas à medida, se for preciso. O partido do ex-presidente Jair Bolsonaro sabe que Nikolas consegue traduzir para a população um tema árido como esse.
Por enquanto, o PL avalia a repercussão do caso. Nas crises anteriores em que Nikolas entrou em campo para desgastar o governo – como na polêmica do Pix e no escândalo do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) – o parlamentar gravou os vídeos quando a discussão havia crescido nas redes sociais. A estratégia é esperar que as pessoas fiquem curiosas para entender o tema.
Qualquer aumento de imposto é sensível para o governo porque Haddad chegou a ser apelidado nas redes sociais de “Taxxad”, após a equipe econômica patrocinar uma série de medidas de aumento de arrecadação via alta de tributos.
Após o aumento do IOF criar ruído entre investidores no mercado financeiro, o Ministério da Fazenda anunciou na noite desta quinta-feira, 22, um recuo parcial na medida, mas a oposição ainda vê brecha para críticas. “Mais aumento de imposto para o brasileiro pagar a conta de um governo que não reduz os gastos. É uma vergonha”, disse à Coluna do Estadão o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ). O parlamentar vai levar o tema para a reunião da bancada na próxima terça-feira, 27, com o objetivo de alinhar o discurso contra o aumento do IOF também no plenário.
Em janeiro, após o governo anunciar uma fiscalização da Receita Federal sobre transações via Pix, Nikolas gravou um vídeo em que sugeria a possibilidade de o meio de pagamento ser taxado. A polêmica obrigou Lula a revogar a medida. O deputado, que gera grande engajamento na internet, também entrou na discussão sobre os descontos indevidos em aposentadorias e pensões do INSS.
Em 2023, outra crise que levou o governo a recuar foi a da taxação das “blusinhas”, quando a Fazenda quis cobrar imposto de importação de compras internacionais de sites asiáticos como Shein e Shopee.
