A comparação que o Centrão faz entre Michelle Bolsonaro e Cristina Kirchner
Integrantes do Centrão, o grupo político que domina o Congresso, têm feito uma comparação inusitada quando conversam sobre o futuro de Michelle Bolsonaro (PL). Muitos deles veem semelhança na ascensão da ex-primeira-dama no cenário eleitoral brasileiro com a trajetória de Cristina Kirchner na Argentina, apesar de representarem grupos tão distintos na política.
As diferenças são óbvias: Michelle é de direita e Cristina, de esquerda. A ex-primeira-dama é casada com Jair Bolsonaro, enquanto a ex-presidente do país vizinho é aliada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
No entanto, o que chama a atenção de políticos em Brasília são dois fatores que as aproximam. Um deles é que Cristina, assim como Michelle, também foi primeira-dama. Ela era casada com Nestor Kirchner, que presidiu a Argentina de 2003 a 2007. O outro é que a peronista foi senadora antes de despontar como candidata a presidente – justamente o cargo mais provável para Michelle disputar em 2026.
Cristina também foi vice-presidente de Alberto Fernández. E, nos últimos dias, o Centrão tem apostado que Michelle poderia concorrer como vice de Tarcísio de Freitas (Republicanos) no ano que vem contra a chapa liderada por Lula.
O assunto circulou em rodas de conversas em dois jantares concorridos em Brasília, na última semana. Nenhum político, contudo, correrá o risco de comparar Michelle a Cristina em público ou mesmo em trocas de mensagens. Ninguém quer desagradar à ex-primeira-dama após ela determinar a demissão de Fábio Wajngarten da assessoria de Bolsonaro por uma troca mensagens em que ele dizia preferir Lula a ela na presidência.
