2 de julho de 2025
Politica

Tarcísio de Freitas, Pazuello, Ciro Nogueira, Rogério Marinho: STF ouve testemunhas de Bolsonaro

O Supremo Tribunal Federal (STF) ouve nesta sexta-feira, 30, e na próxima segunda, 2 de junho, as testemunhas de defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), réu por liderar tentativa de golpe de Estado em 2022. Há a previsão de que 11 pessoas listadas pela defesa do ex-presidente sejam ouvidas nas audiências virtuais. Porém, a qualquer momento, o réu pode solicitar a desistência de alguma delas ao relator do caso, ministro Alexandre de Moraes.

Entre as testemunhas, estão cinco membros do alto escalão do governo Bolsonaro: o ex-ministro de Infraestrutura e atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o ex-chefe da Casa Civil e atual senador Ciro Nogueira (PP-PI), o ex-ministro da Saúde e deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ), o ex-chefe do Turismo Gilson Machado, o ex-ministro do Desenvolvimento Regional e senador Rogério Marinho, e o ex-secretário-executivo da Casa Civil Jonathas Nery.

Jair Bolsonaro, ao lado do então ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas. Ao fundo, Paulo Guedes, que foi ministro da Economia
Jair Bolsonaro, ao lado do então ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas. Ao fundo, Paulo Guedes, que foi ministro da Economia

O líder do PL, Valdemar Costa Neto, também deve depor nesta sexta, mas como testemunha do ex-ministro da Justiça Anderson Torres.

Nenhuma das testemunhas foi citada na denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), acatada em votação unânime da Primeira Turma, que abriu ação penal contra o “núcleo crucial” do plano de golpe, em 26 de março.

Já no relatório da Polícia Federal (PF) de mais de 800 páginas que foi enviado para a PGR em novembro, Valdemar foi citado 38 vezes, porém, ele e outros sete indiciados não foram denunciados. Na avaliação do procurador-geral, Paulo Gonet, não ficou provado que Valdemar sabia que o relatório elaborado pelo Instituto Voto Legal, que apontava mau funcionamento de certos modelos das urnas eletrônicas no segundo turno da eleição de 2022, foi manipulado. O documento serviu de base para o PL solicitar a anulação dos votos registrados nas urnas citadas.

O mesmo ocorreu com o advogado Amauri Feres Saad, que agora é testemunha de defesa de Bolsonaro e nem sequer foi citado pela PGR na denúncia. Segundo a investigação da Polícia Federal, ele ajudou o ex-assessor especial de Bolsonaro, Filipe Martins, a elaborar a minuta de golpe que o ex-presidente apresentou aos comandantes das Forças Armadas. A existência do documento foi confirmada em depoimentos de acusação na última semana.

Nesta sexta, também serão ouvidos os senadores Esperidião Amin (PP-SC), Eduardo Girão (Novo-CE), e o deputado federal Ubiratan Sanderson (PL-RS), que foram arrolados pela defesa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres. As audiências não estão sendo transmitidas por ordem da Suprema Corte, mas jornalistas e as defesas dos réus acompanham as sessões presencialmente no STF.

Os depoimentos sobre o núcleo central da trama golpista começaram na última segunda-feira, 19. A primeira semana, que abriu os dez dias de oitivas, foi marcada pela confirmação da existência da chamada “minuta do golpe”, pelo ex-comandante do Exército e general da reserva Marco Antônio Freire Gomes.

Já o ex-comandante da Aeronáutica Carlos Baptista Junior confirmou a versão de que o ex-comandante da Marinha almirante Almir Garnier Santos teria colocado suas tropas à disposição de Bolsonaro. Veja como foram os principais depoimentos.

 

 

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