O novo problema da PM-SP com os coletes à prova de balas: depois da falha, o atraso
Após a polêmica com a falha em um teste de coletes à prova de balas, a Polícia Militar de São Paulo agora enfrenta um atraso na entrega dos equipamentos. A previsão inicial era de que o material completo ficasse pronto até 7 de maio. No entanto, dos 17 mil itens encomendados, apenas 7 mil foram entregues pela empresa contratada. Procurada pela Coluna do Estadão, a PM-SP disse, por meio da Secretaria de Segurança Pública do Estado, que agora espera receber todos os coletes até o fim de julho.
Segundo a PM, os coletes estão sendo enviados em lotes para agilizar a distribuição para os policiais, e o pagamento à empresa Protecop só será efetuado após todos os itens terem sido entregues. A companhia alega dificuldades para fornecer o material devido a “fatores logísticos no cenário nacional e internacional”.
“A instituição reforça que nenhum policial atuará com equipamentos vencidos, uma vez que a Diretoria de Logística da corporação adotou medidas preventivas para garantir a segurança do efetivo enquanto o novo lote é entregue”, diz a PM. Em resposta a um questionamento do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), o órgão informou que recolheu os coletes de policiais que estão afastados por inatividade, restrição médica ou licença para que sejam usados pelos profissionais da ativa, até que a situação seja regularizada.
Como mostrou a Coluna, a deputada Luciene Cavalcante(PSOL-SP) acionou o MP-SP e pediu a instauração de um inquérito civil para apurar possíveis irregularidades na compra, pela PM, de coletes à prova de balas que falharam em teste.
Entenda o caso da falha no teste dos coletes
A representação da parlamentar no Ministério Público foi feita após o Estadão revelar que houve uma falha em teste balístico dos 17 mil coletes à prova de balas que foram comprados pelo governo de São Paulo, por meio do Centro de Material Bélico (CMB) da PM, para a tropa estadual. O item de segurança falhou em teste balístico após uma das peças ser perfurada, o que não podia acontecer.
Apesar da reprovação no exame feito em novembro, a polícia permitiu que a empresa fornecedora do material apresentasse novas amostras, dias depois, para outro exame balístico. No segundo teste, o colete foi aprovado. O procedimento representou uma adaptação do que havia sido previsto no edital e reiterado durante o processo da licitação.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que o produto adquirido cumpre normais nacionais e internacionais e que ele “já foi testado e considerado apto em outros três processos licitatórios” promovidos pela Polícia Militar, o que reforça “a confiabilidade e a qualidade do material”.
