Deputados acionam TCU contra convênio do governo Lula com ONG do Sindicato dos Metalúrgicos
O convênio do Ministério do Trabalho com a ONG Unisol, do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, para retirada de lixo de terra indígena yanomami em Roraima entrou na mira da oposição na Câmara. Os deputados Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP), Felipe Francischini (União-PR) e Nicoletti (União-RR) entraram com uma representação no Tribunal de Contas da União (TCU) e solicitaram uma auditoria para apurar possíveis irregularidades no contrato de R$ 15,8 milhões, revelado pelo Estadão.
O argumento é que pode ter havido favorecimento político, já que São Bernardo do Campo (SP), cidade onde fica localizada a ONG, é o berço político do ministro do Trabalho, Luiz Marinho, e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os dois já comandaram o sindicato. A ofensiva dos deputados se soma à de senadores que também pressionam por investigações do contrato.
“Não aceitaremos que o dinheiro do contribuinte seja tratado como extensão do caixa de entidades aliadas ao governo. O convênio firmado com a Unisol carece de transparência, critérios técnicos e parece servir a um projeto político, não ao interesse público”, diz Luiz Philippe.
Como mostrou o Estadão, a Unisol funciona em uma sala alugada, de 40 m², no subsolo do prédio do sindicato e tem entre seus diretores Carlos José Caramelo Duarte, que ao mesmo tempo é vice-presidente do sindicato. O presidente da ONG é Arildo Mota Lopes, um ex-diretor da entidade sindical. Ambos são filiados ao PT.
Os deputados questionam também o que chamam de ausência de comprovação de capacidade técnica e operacional da Unisol para atuar em território indígena yanomami. Os parlamentares pedem que o TCU, além de apurar a regularidade do convênio, analise suspender novos repasses à ONG até a conclusão de análise técnica.
