2 de julho de 2025
Politica

O que dizem aliados e opositores sobre cortes propostos por Tarcísio para 2026

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), prevê cortes de gastos para o orçamento estadual do ano que vem, encaminhado no início de maio para a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp).

O projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) elaborado pelo Palácio dos Bandeirantes prevê cortes de despesas de R$ 1 bilhão (0,3% do orçamento paulista) na comparação com o gasto projetado até o final deste ano. O valor é relativo ao corte real das despesas, ou seja, já descontada a inflação acumulada no período e sem contabilizar gastos com a previdência do Estado.

Tarcísio de Freitas (Republicanos) em evento em Nova York em maio
Tarcísio de Freitas (Republicanos) em evento em Nova York em maio

Enquanto os aliados do governador atribuem o corte à desaceleração da economia e ao aumento da taxa de juros, a oposição a Tarcísio afirma que o LDO tem um propósito eleitoral.

Governo estadual prevê queda nas receitas

O governo paulista atribui o corte de gastos à política econômica da gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em conversas com aliados, Tarcísio analisa que o aumento da taxa de juros desestimulará a atividade econômica, prejudicando o crescimento das receitas.

O argumento é reiterado pelo deputado estadual Gilmaci Santos (Republicanos), líder do governo na Alesp. “A economia do Brasil está desacelerando de uma maneira terrível”, afirmou o parlamentar.

Procurado, o governo federal não se manifestou sobre as críticas de Tarcísio. Ao Estadão, aliados de Fernando Haddad, ministro da Fazenda, disseram que o titular da pasta discordou da avaliação do governador paulista.

A oposição ao governo paulista diz que a proposta de corte de gastos busca compensar o aumento dos investimentos em 2025. Na avaliação dos opositores, as obras foram aceleradas em 2025 com o propósito de favorecer o governador no ano eleitoral de 2026. Além disso, os opositores consideram que o corte no orçamento pretende obter um superávit, buscando agradar o mercado financeiro.

O deputado estadual Paulo Fiorilo (PT) disse que a mudança de rota no LDO evidencia um “trampolim político” do governador. “Essa crítica ao governo federal é não apenas desleal, mas reveladora. Tarcísio tenta transformar o Palácio dos Bandeirantes em trampolim político para 2026, mesmo que isso implique apagar as contribuições do governo Lula para os avanços de São Paulo”, disse o petista.

Expansão de benefícios fiscais

Além do corte de gastos, a oposição critica o projeto de LDO pela expansão dos benefícios fiscais. O governo paulista pretende deixar de arrecadar R$ 78,7 bilhões em 2026, um aumento de 19% em relação às desonerações previstas em 2025.

Segundo um relatório do PT sobre o projeto de LDO, o aumento das renúncias fiscais vai de encontro à proposta de corte de gastos. Além disso, há críticas à concentração das renúncias em apenas dos setores da economia: somados, os ramos de comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas e de indústria de transformação representam 88% das desonerações previstas para a LDO.

O deputado Tomé Abduch (Republicanos), por outro lado, avalia que as críticas de opositores são motivadas por “militância política”. Para o parlamentar, o governo expandirá os benefícios pois, sem as renúncias, o Estado de São Paulo perderia competitividade diante de outras unidades da federação. Além disso, segundo Abduch, houve uma avaliação “responsável e criteriosa” de todas as desonerações concedidas.

“Não adianta acabar com um regime especial e ver a indústria sair de São Paulo para pagar imposto em outro Estado”, disse o deputado estadual.

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