30 de junho de 2025
Politica

Recuperação judicial da Azul sinaliza armistício entre United e American, rivais históricas

A recuperação judicial da Azul nos Estados Unidos aponta para um armistício no Brasil entre duas rivais históricas: American Airlines e United Airlines, as maiores companhias aéreas norte-americanas em volume de frota. As duas empresas estrangeiras, que vão aportar até US$ 300 milhões na Azul, travaram uma briga pública neste ano.

Na semana passada, a Azul anunciou que entrou com um pedido de Chapter 11, equivalente à recuperação judicial, nos Estados Unidos. A empresa busca eliminar cerca de US$ 2 bilhões em dívidas, além de obter um financiamento de US$ 1,6 bilhão e US$ 950 milhões em novos aportes.

Procurada pela Coluna do Estadão, a Azul afirmou que United e American são “parceiros estratégicos” e vão ajudá-la a “efetivar um processo proativo de reorganização financeira”.

Uma parte dessa reorganização nas contas da Azul inclui a United e a American, que repassarão até US$ 300 milhões à aérea brasileira, segundo os documentos da recuperação judicial. Ao fim do processo, as companhias norte-americanas terão uma presença maior no mercado brasileiro e mais possibilidades de conexão em seus voos.

Azul Linhas Aéreas
Azul Linhas Aéreas

American e United também se comprometeram a ajudar a Azul a encontrar bons negócios ao longo dos próximos meses. Um acordo firmado entre as três aéreas afirma que as concorrentes deverão “empregar esforços comercialmente razoáveis” para auxiliar a Azul na busca por novos pedidos de aviões e equipamentos; aquisições; e financiamentos.

Um diretor da Azul afirmou ainda à Justiça americana que a expectativa é “que os Parceiros Estratégicos [American e United] agreguem valor significativo aos negócios da Azul, muito além do seu potencial investimento em participação acionária”.

As rusgas públicas entre United e American

Em março, o CEO da United Airlines, Scott Kirby, afirmou que não havia espaço nos EUA para mais do que duas companhias aéreas de padrão premium, citando a United e a Delta e descartando a American. Kirby já havia dado uma declaração semelhante em 2023.

O CEO da American, Robert Isom, rebateu o concorrente. Disse que o CEO da United estava “completamente errado” e que já o viu errar “em um monte de coisas”.

Aéreas americanas duelam por aeroporto de Chicago

O pano de fundo para a disputa é a operação no aeroporto de Chicago, um dos principais dos Estados Unidos. A American processou a administração do aeroporto, acusando-a de favorecer a United com cessão de portões adicionais à companhia. Segundo a American, a decisão contrariou um acordo que suspendia a concessão de novos espaços até 2027.

 

 

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