Andreazza: ‘Humor virou coisa de época; decisão judicial abre precedente de censura à arte’; veja
O colunista do Estadão Carlos Andreazza comenta decisão da Justiça Federal de condenar o comediante Léo Lins a oito anos e três meses de prisão, em regime inicialmente fechado, sob acusação de ter feito “discursos preconceituosos contra diversos grupos minoritários” em uma apresentação divulgada no YouTube.
“Direito penal não pode ser normalizado como campo pró exercício virtuoso do politicamente correto. O direito penal sendo exercido para o gozo do politicamente correto para apontar, desproporcionalmente, a oito anos de prisão uma intenção criminosa no exercício do humor, no exercício da arte”, diz.
O colunista destaca as possíveis consequências da decisão da 3ª Vara Criminal Federal de São Paulo.
“Você percebe, por óbvio, o perigo que isso oferece. A decretação por alguém, individualmente, por um juiz de que não existe o personagem, de que ali está o Léo Lins. O perigo disso para, por exemplo, o teatro mais do que o stand up comedy. Uma decisão como essa, falei em precedente, mas ela também tem a natureza intimidatória. Você tira o cara da frente para dar exemplo de superioridade moral aos demais humoristas.”
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