Fraude no INSS: Ouvidoria recebeu média de 15 reclamações por dia em 5 anos
A Ouvidoria do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) recebeu, em média, 15 reclamações por dia nos últimos cinco anos sobre descontos indevidos em aposentadorias e pensões. Neste ano, o ritmo chegou a 50 queixas diárias. Os dados foram obtidos pela Coluna do Estadão por meio da Lei de Acesso à Informação. Segundo a Polícia Federal (PF), aposentados e pensionistas foram vítimas de uma fraude bilionária, calculada em R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024.
De janeiro de 2020 até o último dia 22 de maio, a Ouvidoria do INSS recebeu 29.982 reclamações ou denúncias sobre descontos não autorizados em benefícios previdenciários. O período equivale a cinco anos e quatro meses, ou 1.968 dias, e é dividido entre os governos Bolsonaro e Lula.
Proporcionalmente, o ano com mais registros foi 2025, com uma média de 50 queixas por dia. A operação da PF foi deflagrada em 23 de abril, o que levou à demissão do presidente do INSS no mesmo dia.
Veja os dados ano a ano de reclamações à Ouvidoria do INSS sobre descontos indevidos:
- 2020 – 1.654
- 2021 – 2.213
- 2022 – 3.403
- 2023 – 5.680
- 2024 – 9.943
- 2025 (até 22/5) – 7.089
- Total – 29.982
Esses registros foram feitos por meio do site da Plataforma Integrada de Ouvidoria e Acesso à Informação (Fala.BR), que reúne ouvidorias de todo o governo federal, sob supervisão da Controladoria-Geral da União.
A média de 15 reclamações por dia ao longo dos últimos cinco anos é apenas uma parte do total de alertas feitos ao governo por cidadãos. Isso porque a estatística não inclui queixas registradas no aplicativo Meu INSS ou em agências da Previdência Social.
Correios atenderam 500 mil aposentados em 5 dias sobre descontos ilegais
Pelo menos 500 mil aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) foram na última semana a 5 mil agências dos Correios em todo o País para tratar de descontos indevidos em seus benefícios.
Para localizar uma agência dos Correios que participa dessa força-tarefa, basta consultar os sites do INSS e dos Correios, além da Central de Atendimento Telefônica 135, do Ministério da Previdência.