Almirante Garnier nega ter colocado tropas à disposição de Bolsonaro para o golpe: ‘ilações’; veja
O ex-comandante da Marinha, Almir Garnier, negou nesta terça-feira, 10, ter colocado as tropas à disposição o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para o golpe.
É a primeira vez que Garnier presta depoimento sobre a trama golpista. Na fase de inquérito, ele fez uso do direito ao silêncio e não respondeu às perguntas da Polícia Federal.
Ao ser questionado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que conduz o interrogatório, o ex-comandante da Marinha chamou a versão de “ilação”.
“O presidente não abriu a palavra a nós. Ele fez as considerações dele, expressou o que pareciam para mim mais preocupações e análise de possibilidades do que propriamente uma intenção de conduzir alguma coisa em uma certa direção”, disse Garnier.

Os ex-comandantes do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, e da Aeronáutica, Carlos Almeida Baptista Júnior, afirmam que Garnier apoiou as intenções golpistas de Bolsonaro.
Em seu interrogatório, Garnier afirmou que segue “bem à risca” a hierarquia e que, como subordinado de Bolsonaro, só poderia questionar uma ordem “flagrantemente ilegal“, o que segundo ele não ocorreu.
“Até que isso aconteça, para mim ilações, discussões… Eu era comandante da Marinha. Não era assessor político do presidente. Eu me ative ao meu papel institucional.”