Defesa de Bolsonaro falha ao usar ‘método sim ou não’ e Moraes brinca: ‘Não funcionou’
O advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Celso Vilardi, e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tiveram um momento de descontração na tarde desta terça-feira, 10, ao se referirem ao interrogatório do general Augusto Heleno, ex-ministro do GSI, que ocorreu mais cedo.
Na série de questionamentos que fazia ao próprio cliente, Vilardi pediu permissão ao ministro para refazer uma pergunta a qual Bolsonaro já tinha respondido, mas, desta vez, usando o “método sim ou não”, para obter uma resposta objetiva. “O outro colega seu tentou o método e não deu certo. O senhor combinou antes?”, brincou Moraes.

O ministro se referia ao advogado Matheus Milanez, que deu uma bronca no cliente, general Heleno, por ele responder a um questionamento dissertativamente. “A pergunta é só ‘sim ou não’, desculpa”, advertiu o advogado, enquanto Heleno respondia sobre suposta coordenação do general na produção de relatórios pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Heleno respondeu: “De maneira nenhuma. Não havia clima. O clima da Abin era muito bom”, no que recebeu a advertência de Milanez, sorriu, e pediu “desculpa”. Moraes também brincou, afirmando que ficaria registrado nos anais do Supremo que não fora ele quem deu a bronca, mas sim o próprio advogado do general.
Na vez de Vilardi, o advogado afirmou que tentaria mesmo assim, fazendo referência ao “fracasso” do colega. Na primeira pergunta, sobre Bolsonaro ter alterado ou escrito algo no documento da minuta golpista, o ex-presidente respondeu apenas “não”.
Já no segundo questionamento, em que Vilardi indagou se Bolsonaro teve a informação de que o general Heleno estava em uma comemoração, na formatura do neto dele, o ex-presidente deu uma resposta mais longa. “Não tive essa informação. Se eu liguei para ele, e se ele me dissesse que estava no evento, eu simplesmente teria dito que não era nada de urgente e que conversaríamos dentro de dois ou três dias.”
Após mais questionamentos com respostas longas, Vilardi perguntou ao ex-presidente se ele teve ciência de que os militares estavam antecipando as transmissões de cargo em dezembro de 2022. No que Bolsonaro começou a responder que isso era feito de forma automática dentro do Poder, Vilardi o interrompeu afirmando: “Não foi essa minha pergunta”.
Logo após a interrupção, Moraes completou: “o método sim ou não não funcionou”, provocando risos da defesa.