Eduardo Bolsonaro compartilha vídeo elogiando Fux em pergunta sobre minuta do golpe
O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL) compartilhou em suas redes sociais um vídeo elogiando a atuação do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), durante o depoimento do tenente-coronel Mauro Cid, nesta segunda-feira, 9 no primeiro dia de interrogatórios do núcleo central da tentativa de golpe de Estado.
O vídeo, com a legenda “Urgente! Fux desmontou o castelo de areia com duas perguntas”, o ministro questiona o militar sobre a a falta de assinatura de Jair Bolsonaro (PL) na chamada “minuta do golpe”.
O vídeo foi recortado e montado pelo deputado estadual paulista Bruno Zambelli (PL), irmão da deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP), condenada pelo STF a dez anos de prisão e perda do mandato.
Inicialmente, Fux dirigiu-se ao tenente com o seguinte questionamento, exibido no vídeo: “O senhor tinha a função de pressionar o presidente para assinar a minuta do estado de defesa, estado de sítio, etc. Diante disso, esse documento foi assinado?”
Cid responde que “em nenhum momento foi assinado”. O tenente prossegue: “Inclusive, era a grande preocupação do comandante do Exército, por isso que ele me chamava várias vezes, era que o presidente assinasse alguma coisa sem consultar e sem falar com ele antes“.

Mais adiante, Fux questiona quem tinha relação com as pessoas que estavam nos quartéis. Cid responde que nunca tiveram contato com nenhuma liderança e nenhum negociador. “No núcleo interno, a gente não tinha contato com ninguém”, responde o tenente.
No vídeo, Bruno Zambelli elogia Fux dizendo que a fala do ministro foi “excelente”, e a explicação de Cid foi “esclarecedora”.
“O delator confirma que o ex-presidente Bolsonaro não assinou a minuta, também não assinaram os ministros da Justiça, Anderson Torres e o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira. Muito importante neste momento do depoimento”, concluiu o deputado.
No primeiro dia de interrogatórios do núcleo central da tentativa de golpe de Estado, o tenente-coronel e delator Mauro Cid reafirmou que Jair Bolsonaro (PL) pediu alterações na minuta golpista para anular o resultado da eleição de 2022, colocou o general Walter Braga Netto como o elo entre o governo e os golpistas de 8 de Janeiro, e disse que houve pressão para a substituição do comandante do Exército, Freire Gomes, caso ele não aceitasse aderir ao plano de golpe.
A sessão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal começou pouco depois das 14h e foi encerrada seis horas depois, por volta das 20h. Além de Cid, apenas o deputado federal Alexandre Ramagem(PL-RJ) prestou depoimento na segunda-feira. Nesta terça, outros réus estão sendo ouvidos.