30 de junho de 2025
Politica

Andreazza: ‘A Câmara, que o Hugo Motta preside, dá sua contribuição para o corte de gastos?’

No episódio desta quinta-feira, 12, do quadro Andreazza Reage, o colunista do Estadão Carlos Andreazza, comenta a crise no governo causada pelas alterações no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e, em especial, as declarações do presidente da Câmara Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB).

O parlamentar cobrou cortes de gastos do Executivo nesta quarta-feira, 11. Em sua fala, o deputado afirmou que o decreto que estabelece mudanças no IOF e da medida provisória que taxa títulos como LCI e LCA tiveram uma reação “muito ruim” no Mercado e na Câmara. Ele ainda declarou que “não serve a projeto político de ninguém”.

Andrezza pondera que a questão pode não ser a taxação em si, mas os motivos desta. “A medida (de taxar LCI e LCA) pode até fazer sentido. Talvez haja uma disfunção nesta isenção. A questão, porém, é o objetivo do conjunto destas medidas. Por que se está aumentando impostos aqui e acolá? Para fechar a conta, porque não se corta gastos”, ele explica.

Para o colunista, o governo aumentou as despesas para bancar projetos como Pé-de-Meia, Luz para Todos e Gás para Todos, e que o objetivo destes programas sociais seria eleger o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) novamente. Por isso, agora Haddad está buscando novas fontes de arrecadação.

Apesar de Motta se posicionar como um defensor do corte de gastos, pedir para que o Executivo faça seu “dever de casa fiscal” e pautar a urgência nesta quinta-feira, 12, no projeto que susta efeitos do aumento do IOF, Andrezza ressalta que o Legislativo também não contingenciou suas despesas.

“Do ponto de vista objetivo, o Parlamento, a Câmara que Hugo Motta preside, dá sua contribuição para o corte de gastos? Emendas parlamentares, por exemplo, o Motta está disposto a liberar um corte de 10%?”, ele questiona.

Para o ele, ainda faltam medidas estruturais que nenhum dos Poderes quer fazer, como a reforma da previdência dos militares, que está na Câmara, ou a desvinculação dos pisos de saúde e educação do crescimento de arrecadação, com o governo.

Por fim, Andreazza ressalta que a crise pode ser uma oportunidade para que Motta se sobressaia. Segundo o colunista, o presidente da Câmara “está em busca de uma identidade para sua presidência da Câmara, e ele farejou em Haddad, muito fraco e isolado, uma escada para se construir como um presidente fiscalista”.

 

 

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