1 de julho de 2025
Politica

Júri condena Barão e Talibam do PCC pelo assassinato de envolvidos em plano de atentado contra Moro

Luís Fernando Baron Versalli, vulgo Teo, VV, Barão e Barom, e Elidan Silva Céu, conhecido como Alemão e Talibam, foram condenados pelo Tribunal do Júri pelos assassinatos de Janeferson Aparecido Mariano Gomes, o Nefo, e Reginaldo Oliveira de Souza, o Rê, que faziam parte da célula “Sintonia Restrita”, o centro de inteligência do Primeiro Comando da Capital (PCC). Eles foram mortos a facadas na Penitenciária Maurício Henrique Guimarães Pereira, a P2, de Presidente Venceslau (SP), em junho de 2024.

Investigadores informaram que Nefo foi morto porque era ligado a Marcos Roberto de Almeida, o Tuta, chefão do PCC preso no mês passado na Bolívia.

O crime teria sido encomendado como vingança porque Nefo estaria envolvido na execução de Gilberto Flares Lopes Pontes, o Tobé, e de Georges Hanna Awad Neto, o Nadim, a mando de Tuta. 

Nefo e Rê haviam sido presos por suspeita de envolvimento no plano de atentado contra o senador Sérgio Moro (União-PR), ex-ministro da Justiça (Governo Bolsonaro) e ex-juiz da Operação Lava Jato. Outro alvo do bando era o promotor Lincoln Gakiya, que há vinte anos investiga o PCC.

Reginaldo Oliveira de Souza, o Rê e Janeferson Aparecido Mariano Gomes, o Nefo, em videoconferência interceptada pela Polícia Federal, durante a Operação Sequaz
Reginaldo Oliveira de Souza, o Rê e Janeferson Aparecido Mariano Gomes, o Nefo, em videoconferência interceptada pela Polícia Federal, durante a Operação Sequaz

Nefo e Rê eram réus da Operação Sequaz, deflagrada em março de 2023 pela Polícia Federal para desarticular um grupo que o PCC escalou para assassinatos de autoridades e extorsões mediante sequestro. Eles se referiam a Moro com o codinome “Tóquio”.

Barão foi condenado por homicídio duplamente qualificado – meio cruel e recurso que dificultou a defesa das vítimas. As qualificadoras são circunstâncias que agravam a pena. A pena final foi de 60 anos em regime inicial fechado.

Em sua defesa, ele alegou que agiu em legítima defesa e sob o domínio de “violenta emoção”, mas as justificativas não foram reconhecidas pelos jurados.

Talibam foi condenado por envolvimento em um dos assassinatos, o de Nefo, com meio cruel. Ele foi sentenciado a 30 anos de prisão em regime inicial fechado.

O juiz Gabriel Medeiros, da 1.ª Vara de Presidente Venceslau, afirma na sentença que os réus, mesmo presos em uma penitenciária de segurança máxima, voltaram a praticar crime hediondo, “o que demonstra total desinteresse” na ressocialização.

“Os réus, mesmo presos, voltaram a matar dentro de estabelecimento prisional”, escreveu o magistrado

A sentença destaca ainda que os dois demonstraram “total desrespeito com o Poder Público, e que a pena anteriormente fixada, gerando a prisão, não foi suficiente para coibir a prática de novos delitos”.

As condenações anteriores foram usadas como argumento de maus antecedentes. Além disso, segundo a Secretaria de Administração Penitenciária, Versalli e Elidan têm “péssimo comportamento carcerário” e acumulam faltas graves.

Os assassinatos de Nefo e Re ocorreram depois do almoço, durante o banho de sol. Nefo foi o primeiro. Ele estava no banheiro do presídio. Em seguida, Rê foi assassinado no pátio da penitenciária.

 

 

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