Planalto atribui queda de popularidade à crise do INSS, mas vê melhora à vista com novos programas
BRASÍLIA – O Palácio do Planalto atribui a queda de popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao escândalo provocado por descontos indevidos nas aposentadorias do INSS. Pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira, 12, mostrou que 40% dos entrevistados consideram o governo Lula ruim e péssimo enquanto 28% aprovam a gestão petista.
Auxiliares de Lula admitem que o governo não obteve sucesso na estratégia de demonstrar que as irregularidades no INSS começaram na administração de Jair Bolsonaro, em 2019.
Como as falcatruas não apenas continuaram, mas foram ampliadas ampliadas a partir de 2023 – quando Lula assumiu o Planalto –, a ideia de que todos os escândalos ocorreram sob Bolsonaro não colou.

Mesmo assim, a equipe do ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Sidônio Palmeira, aposta que a decisão do governo de reembolsar o mais rápido possível os aposentados e pensionistas prejudicados reverterá a crise.
A expectativa é que até mesmo a anunciada CPI do INSS, ainda não instalada no Congresso, comece a perder força.
Batizado pela oposição como “roubo dos velhinhos”, o escândalo foi um baque na imagem de Lula, que pretende disputar a reeleição, em 2026. Em maio, o terremoto político derrubou o ministro da Previdência, Carlos Lupi.
Antes da divulgação dos desvios de recursos do INSS, levantamentos em poder do Planalto indicavam que a queda na aprovação do presidente havia sido estancada.
Sidônio ficou aliviado, porém, com o fato de Lula ter mostrado ligeira oscilação positiva entre os mais pobres. De acordo com o Datafolha, o presidente é aprovado por 32% dos que recebem entre um e dois salários mínimos. Na sondagem anterior, esse índice era de 30%. A variação para cima está dentro da margem de erro.
Apesar de Lula ainda sofrer desgaste entre eleitores de classe média, o Planalto está otimista por considerar que programas ainda no forno, como o que prevê reforma de casas, também vão atingir essa faixa de renda, além de contemplar os mais pobres.