Mauro Cid é alvo de operação da PF por suspeita de planejar fuga e ex-ministro de Bolsonaro é preso
A Polícia Federal (PF) prendeu na manhã desta sexta-feira, 13, o ex-ministro do Turismo Gilson Machado no Recife (PE). Segundo a PF e a Procuradoria-Geral da República (PGR), ele tentou obter um passaporte português para o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), sair do Brasil.
A PF também fez buscas na casa de Mauro Cid, em Brasília. O tenente-coronel vai prestar depoimento às 11h.
A defesa afirma que Mauro Cid cumpre todas as medidas cautelares impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e nega que o tenente-coronel tenha pedido passaporte português ou que tenha tentado deixar o País.

Procurados pelo Estadão, os advogados Cezar Bitencourt, Vania Adorno Bitencourt e Jair Alves Pereira, que representam Mauro Cid, informaram que ele tem cidadania portuguesa e a carteira de identidade de Portugal e que isso já havia sido informado ao STF.
Em fevereiro, o ministro Alexandre de Moraes intimou a defesa para esclarecer “por qual razão o colaborador solicitou passaporte português” e se ele já havia obtido a cédula de identidade de Portugal.
A defesa comunicou ao Supremo Tribunal Federal que o tenente-coronel deu entrada em um pedido de cidadania portuguesa, no dia 11 de janeiro de 2023, “única e exclusivamente pelo fato de que toda a sua família já possuía cidadania portuguesa”.
Em 2024, Cid conseguiu a carteira de identidade portuguesa. O documento é válido apenas em Portugal, mas não pode ser usado para cruzar fronteiras.
“O peticionante não solicitou e não possui passaporte português (europeu), esse sim, documento que lhe permitiria, caso possuísse, viagens por qualquer país integrante da União Europeia ou outros países que tenham acordos de livre circulação com a UE”, alegou a defesa na petição.
Na mesma manifestação ao STF, os advogados ofereceram entregar a identidade portuguesa de Mauro Cid, caso o ministro Alexandre de Moraes considerasse necessário.
“O peticionante celebrou acordo de delação premiada, com uso de tornozeleira eletrônica, sendo impossível empreender viagem para o exterior sem autorização desse Juízo”, escreveram os advogados.