30 de junho de 2025
Politica

Registro de marcas no Brasil perde agilidade e volta a níveis pré-pandemia

O Brasil perdeu agilidade no registro de marcas nos últimos anos. De acordo com levantamento feito pela ComoRegistrar, empresa que acompanha a inscrição de produtos e serviços no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), o processo hoje demora em média 24 meses. Durante a pandemia de covid-19, quando algumas burocracias foram dispensadas, essa média chegou a 9 meses. O tempo de espera, contudo, aumentou após o fim da emergência sanitária e voltou aos níveis anteriores.

“É angustiante. Empreendedores com tudo pronto para lançar um produto ou buscar investimento precisam frear porque a marca ainda não foi aprovada”, disse à Coluna do Estadão o advogado Ticiano Gadêlha, fundador da ComoRegistrar.

Um dos problemas, segundo especialistas, é a falta de estrutura e de investimentos suficientes no INPI para dar vazão à demanda. Em março, o vice-presidente e ministro da Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, reuniu-se com dirigentes do INPI. Na ocasião, foi apresentada uma meta de reduzir para um mês o tempo de registro de marcas até 2026.

Para que esse objetivo seja alcançado, o INPI destaca a importância da modernização tecnológica, da contratação de novos servidores e da garantia de orçamento aprovado para o órgão.

De acordo com Gadêlha, os impactos da demora na liberação de marca também incluem insegurança jurídica e perda de timing de startups para o lançamento de produtos e serviços. “O Brasil precisa entender que registro de marca não é burocracia: é motor de crescimento. E motor parado custa caro para todo mundo”, disse Gadêlha.

Sede do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), no centro do Rio
Sede do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), no centro do Rio

 

 

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