‘Abin paralela’: Quem são os indiciados e por qual motivo? Veja
RIO – A Polícia Federal (PF) indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), e o vereador do Rio Carlos Bolsonaro (PL) na investigação sobre o aparelhamento da Abin para a espionagem de opositores durante o governo passado.
De acordo com a PF, o inquérito apura a existência de uma organização criminosa voltada ao monitoramento ilegal de autoridades públicas e à produção de notícias falsas, utilizando-se de sistemas da Abin, no caso que ficou conhecido como “Abin Paralela”. O relatório final foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) e o procedimento tramita sob sigilo.

Ao todo, mais de 30 pessoas foram indiciadas:
- Jair Bolsonaro: O ex-presidente é apontado pela PF, segundo o G1, como um dos beneficiários do esquema de espionagem ilegal e produção de notícias falsas.
- Alexandre Ramagem: O ex-diretor da Abin teria estruturado o esquema de espionagem no órgão do governo federal durante a gestão de Bolsonaro.
- Carlos Bolsonaro: Para a PF, ele é o chefe do gabinete do ódio. O grupo, coordenado por Carlos Bolsonaro, especializou-se em difamar reputações de inimigos políticos de Jair Bolsonaro e disseminar informações falsas nas redes sociais.
- Luiz Fernando Corrêa: O atual diretor-geral da Abin foi indiciado, de acordo com a Agência Pública, por suposta tentativa de atrapalhar as investigações.
- José Fernando Chuv: Corregedor-geral da Abin, José Fernando Chuv também está entre os indiciados, de acordo com o UOL.
- Alessandro Moretti: O ex-diretor-adjunto da Abin foi indiciado por suspeita de integrar o esquema de monitoramento ilegal.
- Paulo Maurício Fortunato: Segundo o UOL, Fortunato, secretário de Planejamento do órgão na gestão de Corrêa, também é citado no relatório final da Polícia Federal. Ele foi afastado pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, em 2023, por suspeita de integrar o esquema.
- Luiz Carlos Nóbrega Nelson: De acordo com o ICL Notícias, o chefe de gabinete do de Luiz Fernando Corrêa foi indiciado por suspeita de integrar o esquema de monitoramento ilegal de adversários durante a gestão de Bolsonaro.
Segundo o inquérito, a Abin foi aparelhada por um esquema de espionagem ilegal para atender a interesses políticos e pessoais de Bolsonaro e integrantes de sua família.
A PF aponta que houve “conluio” entre a atual gestão da Abin e a direção anterior para evitar que monitoramentos ilegais viessem a público.
Em outubro de 2023, foi deflagrada pela PF a Operação Última Milha. O nome da operação faz referência ao software “espião” FirstMile. Segundo a investigação, o programa foi utilizado 60 mil vezes pela Abin entre 2019 e 2023, com um pico de acessos em 2020, ano de eleições municipais.