1 de julho de 2025
Politica

Ministério Público cobra estudos ambientais de empresa francesa de eólica no Rio Grande do Norte

O Ministério Público (MP) do Rio Grande do Norte pediu à Justiça que a Voltalia, empresa francesa de energia, faça estudos de impacto ambiental e preste apoio médico a moradores de Serra do Mel (RN), onde a companhia instalou 40 usinas eólicas. Como mostrou a Coluna do Estadão, a comunidade cobra a suspensão da operação e uma indenização milionária por supostos danos socioambientais, contratos abusivos e redução artificial da previsão de poluição do empreendimento.

Procurada, a Voltalia afirmou que não foi notificada do processo e que “cumpre rigorosamente a legislação brasileira”. Leia a íntegra do comunicado ao fim da reportagem.

Usinas eólicas no Rio Grande do Norte
Usinas eólicas no Rio Grande do Norte

“Há uma probabilidade robusta, amparada em provas iniciais, de que a operação do empreendimento afetou negativamente a saúde física e psíquica dos produtores rurais”, escreveu o promotor Domingos Sávio Brito ao Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte no último dia 12. E completou: “Não há como separar os impactos dos 40 empreendimentos no território de Serra do Mel”.

A Voltalia opera 36 usinas eólicas e tem outras quatro em preparação em Serra do Mel (RN), cidade de 13 mil habitantes no norte do estado.

A ação judicial foi movida por três organizações sociais: Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Rio Grande do Norte (Fetarn), Central Única dos Trabalhadores do Rio Grande do Norte (CUT-RN) e Serviço de Assistência Rural e Urbana (SAR).

Síndrome da Turbina Eólica

Segundo as organizações, a atuação da companhia vem causando diversos prejuízos à população e ao meio ambiente da região. As entidades apontaram que as usinas da empresa foram instaladas próximo às casas de produtores rurais, o que estaria afetando a saúde dessas pessoas.

Uma das consequências citadas foi a Síndrome da Turbina Eólica, cujos sintomas incluem transtornos de ansiedade e pânico; tontura; enxaqueca; e distúrbios do sono.

Em outro trecho dos documentos enviados à Justiça estadual, a comunidade de Serra do Mel (RN) afirmou que a Voltalia firmou contratos abusivos com produtores rurais, que não tiveram assistência jurídica adequada.

Leia a íntegra do comunicado da Voltalia:

“Sobre o referido processo judicial, a Voltalia declara não ter sido oficialmente notificada. A empresa reforça que cumpre rigorosamente a legislação brasileira e adota as melhores práticas do setor, com um processo de construção contratual coletivo, participativo e transparente, além de um compromisso contínuo com o desenvolvimento social das comunidades nas áreas de atuação de seus projetos.”

 

 

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