Moraes retira sigilo de relatório da PF sobre ‘Abin paralela’; veja íntegra
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes retirou nesta quarta-feira, 18, o sigilo do relatório da Polícia Federal (PF) sobre a investigação do esquema de espionagem ilegal montado na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
De acordo com o documento, o ex-presidente era o “centro decisório” do esquema e definiu alguns dos alvos da chamada “Abin paralela”. Procurada pelo Estadão, a defesa de Bolsonaro não se manifestou até a publicação desta reportagem.

Com 1.125 páginas, o relatório final da PF detalha como aliados de Bolsonaro teriam criado uma estrutura dentro da Abin para monitorar opositores e apoiadores do então presidente, além de servidores, deputados, senadores e membros do Poder Judiciário.
Segundo as investigações, a Abin paralela usou o programa israelense First Mile para espionar quase 1,8 mil telefones. O software é capaz de rastrear celulares explorando vulnerabilidades nas redes de telefonia 2G e 3G do Brasil.
Outros métodos de espionagem também foram empregados pela organização criminosa, com viaturas e drones sendo utilizados para monitorar alvos.