30 de junho de 2025
Politica

UFSC retira homenagem a reitor que atuou na ditadura e prefeito resolve por nome em praça

O prefeito de Florianópolis, Topázio Neto (PSD), anunciou nesta quarta-feira, 18, que a praça ao lado da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) passará a se chamar Praça Professor João David Ferreira Lima, em homenagem ao primeiro reitor da instituição. A decisão foi divulgada um dia após o Conselho Universitário aprovar a retirada do nome do professor, ligado à ditadura militar, da denominação do campus principal.

Contrariando a decisão da UFSC, Topázio homenageia ex-reitor que cooperou com a ditadura militar
Contrariando a decisão da UFSC, Topázio homenageia ex-reitor que cooperou com a ditadura militar

Após um processo que analisou os autos da Comissão Nacional da Memória e Verdade, e ouviu advogados da defesa e familiares do ex-reitor, a universidade aprovou nesta terça-feira, 17, a remoção do seu nome do campus principal, anteriormente denominado “Campus Universitário Professor João David Ferreira Lima”. A decisão, aprovada por 56 votos favoráveis, baseia-se em denúncias de que o reitor teria colaborado com órgãos de repressão durante a ditadura militar no Brasil.

Contrariando a decisão da universidade, o prefeito da capital catarinense afirmou que a decisão é um “absurdo”, e justificou que irá renomear a Praça Santos Dummont, localizada ao lado do campus para preservar a memória do ex-reitor: “Já que a UFSC não preserva sua história, a cidade preserva”, disse Topázio.

“A ideologia pode até agredir sua história, mas Florianópolis ainda tem pessoas que preservam suas raízes”, disse Topázio em vídeo publicado em suas redes sociais.

O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL) também criticou a decisão da universidade, afirmando ao Estadão que “a esquerda instalada dentro da universidade, que apequena a UFSC a cada dia que passa, mais uma vez mostra sua face mais autoritária ao inventar uma punição com base em invencionices e suposições”.

Conforme divulgado pela UFSC, o ex-reitor João David Ferreira Lima esteve à frente da instituição entre 1961 a 1972, exercendo sua atuação em pelo menos sete anos de regime militar. O conselho universitário, após diversas sessões, concluiu que administração do ex-reitor “participou ora de forma ativa e ora com indiferença no processo de repressão e perseguição”.

“O próprio reitor e outros membros assumiram funções de espionagem, censura, repressão e controle ideológico”, diz a universidade. Além disso, a UFSC destacou que o reitor entregou ao regime nomes de professores, servidores públicos e figuras ligadas ao movimento estudantil.

 

 

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