EUA são cruciais para conter projeto nuclear do Irã, diz embaixador de Israel no Brasil
O embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, afirmou nesta quinta-feira, 19, que “o projeto iraniano de destruir Israel é real” e destacou a importância da atuação do governo americano para conter a ameaça nuclear iraniana. “Os Estados Unidos são um elemento crucial neste conflito e podem fazer muito, de várias maneiras, para deter o projeto iraniano”, disse em entrevista à Coluna do Estadão.
Zonshine ressaltou que os Estados Unidos podem influenciar além de ações militares. Ele destacou que Israel está em contato com o governo Trump e compartilha informações.
Nesta quinta-feira, o presidente Donald Trump deixou claro que aguarda uma saída diplomática para o fim do programa nuclear do Irã, antes de ordenar ataque ao país, e que decidirá sobre a entrada americana no conflito entre Israel e Irã nas próximas duas semanas.
Na entrevista à Coluna do Estadão, Daniel Zonshine enfatizou que o desenvolvimento do projeto nuclear do Irã e a produção massiva de mísseis balísticos representam uma ameaça direta e sem precedentes à segurança e à existência de Israel. “Nada menos do que isso”, reiterou.
De acordo com o diplomata, a decisão de Israel de agir agora foi motivada pela recente intensificação da ambição armamentista iraniana. “Tivemos que agir agora, já que o Irã acelerou seus esforços em ambos os canais nos últimos meses”, explicou. Ele destacou, ainda, que as ações de Israel estão sendo realizadas de forma sistemática. “Agimos de forma sistemática para prevenir essa ameaça”, ressaltou.
Trump diz que decidirá sobre participação dos EUA na guerra em duas semanas
Nesta quinta-feira, Trump reuniu o gabinete de segurança e decidiu esperar duas semanas antes de decidir sobre uma entrada americana no conflito entre Israel e Irã. “Com base no fato de que há uma chance substancial de negociações que podem ou não ocorrer com o Irã em um futuro próximo, tomarei minha decisão de ir ou não nas próximas duas semanas”, disse em texto lido pela porta-voz Karoline Leavitt.
Irã desafia Ocidente e decide intensificar enriquecimento de urânio
No último dia 12 de junho, o Irã afirmou que construiu e ativará uma terceira instalação de enriquecimento nuclear, aumentando as tensões com a ONU. A informação ocorreu logo depois de a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) censurar Teerã por não cumprir as obrigações de não proliferação destinadas a impedi-lo de desenvolver uma arma nuclear.
Teerã condenou a votação, chamando-a de política em uma declaração conjunta de seu Ministério das Relações Exteriores e da agência nacional de energia atômica.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, havia alertado que Israel ou os EUA poderiam lançar ataques aéreos contra instalações nucleares iranianas se os negociadores não chegassem a um acordo sobre o rápido avanço do programa nuclear iraniano.