Acareação entre Freire Gomes e Anderson Torres termina com reafirmação de versões
BRASÍLIA – A audiência de acareação entre o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o ex-comandante do Exército, o general Marco Antônio Freire Gomes, foi encerrada há pouco no Supremo Tribunal Federal (STF). O confronto de versões, conduzido pelo relator, Alexandre de Moraes, durou cerca de 1h30. Os dois foram ouvidos no âmbito do processo sobre uma tentativa de golpe de Estado em 2022.
A acareação foi autorizada por Moraes a pedido da defesa de Torres. O general afirmou que o ex-ministro da Justiça participou de reuniões com teor golpista, o que o ex-ministro nega.
Advogados ouvidos pelo Estadão/Broadcast dizem que ambos reafirmaram as versões já dadas anteriormente e que o clima da audiência foi tranquilo e sem “bate-boca”.

“Algumas pessoas saíram muito mal, como o Cid, porque é a 11ª ou a 12ª versão que ele dá. Acho que deveria ter uma ‘auto-acareação’ com ele mesmo para se dizer o que é verdade depois de tantos depoimentos que ele deu”, disse a jornalistas Demóstenes Torres, advogado do almirante Almir Garnier, que acompanhou a audiência.
“Esses detalhes desmoralizam qualquer delação. Eu acredito que, no julgamento, essa delação não vai subsistir”, afirmou.
Mais cedo, também foi realizada a acareação entre o tenente-coronel Mauro Cid, que é delator, e o general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil. No caso deles, as informações contraditórias diziam respeito à suposta entrega de dinheiro em uma caixa de vinho por Braga Netto a Cid, o que é negado pelo general. Os dois também reafirmaram suas versões.