Andreazza: ‘Elite política aumenta número de deputados, ignorando as reais prioridades do País’
O colunista do Estadão Carlos Andreazza comenta sobre o projeto que aumenta de 513 para 531 o número de deputados federais. O texto deve ser votado no Senado em sessão semipresencial nesta quarta-feira, 25, às 14h. O prazo dado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para que o Congresso estabeleça a nova distribuição de cadeiras com base no Censo de 2022 termina em menos de uma semana, em 30 de junho.
“Temos hoje, a meu ver já são excessivos, 513 deputados. A proposta levará esse número a 531. A Câmara já aprovou isso porque o Supremo Tribunal Federal determinara que o Parlamento deveria resolver esse problema até o dia 30 de junho. Esse prazo venceria e vencerá, se não for resolvido, na próxima segunda-feira, dia 30 de junho. Qual é a questão: natureza demográfica. O arranjo, o equilíbrio populacional brasileiro, mudou ao longo dos anos. A formação do Parlamento ou melhor a distribuição das 513 cadeiras é feita em função do tamanho da população de cada Estado, conforme é aferido no Censo. Alguns Estados ganharam densidade populacional, isso devendo impor, conforme a lei, um rearranjo de forças”, diz
O colunista destaca que “no mundo ideal” o número de deputados atuais, 513, deveria ser redistribuído, sem alterar o número de cadeiras no Parlamento.
“No mundo ideal, que é aquele em que as pessoas têm vergonha na cara, pega-se o mapa de distribuição por Estado das cadeiras e se rearruma. Só que não é por isso que o programa de hoje se chama aumento do número de deputados. É a cara do Brasil irresponsável, gastador, sem senso de prioridade, cuja elite deste País, elite política, elite dirigente, não entende o que está acontecendo, por que perde representatividade, legitimidade.”
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