Ex-presidente do PT contraria Planalto e vota para derrubar alta do IOF
O deputado federal Rui Falcão (PT-SP), candidato para voltar a presidir o partido, votou nesta quarta-feira, 25, a favor da derrubada do decreto do governo Lula que aumentou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Falcão foi o único deputado do PT a contrariar o Palácio do Planalto, que foi derrotado por 383 votos a 98.
Procurado pela Coluna do Estadão, Falcão não respondeu.
Após a publicação da reportagem, o deputado afirmou que cometeu um erro ao votar contra o governo. Leia a íntegra do comunicado ao fim da reportagem.
Em mais uma derrota para o governo, a Câmara derrubou um decreto do Palácio do Planalto, algo que não acontecia há três décadas, desde o governo Fernando Collor.
Foram 383 votos a favor e 98 contrários à derrubada do imposto do IOF, defendido especialmente pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Falcão presidiu PT por 6 anos e tenta voltar ao posto
O deputado foi presidente do PT por seis anos, durante dois mandatos consecutivos, na época do governo Dilma Rousseff.
Falcão é um dos quatro candidatos na disputa pela presidência do PT. Em um debate na legenda no começo do mês, o parlamentar afirmou:
“Quero crer que esse pacote do corte de gastos é um dos fatores que tem contribuído para que o presidente Lula não tenha recuperado a popularidade”.
Leia o comunicado de Rui Falcão
“O deputado federal Rui Falcão reconhece que cometeu um erro ao votar favoravelmente à derrubada do decreto do governo Lula que previa o aumento do IOF.
A proposta, que tem como objetivo promover mais justiça tributária no país, conta com o apoio do parlamentar e do Partido dos Trabalhadores, por representar uma medida de correção de desigualdades históricas no sistema tributário brasileiro.
Rui Falcão reafirma seu compromisso com o projeto liderado pelo presidente Lula, com a classe trabalhadora e com a necessidade de fazer com que os mais ricos contribuam com sua justa parcela.
O parlamentar já solicitou a correção de seu voto nos registros oficiais e segue atuando firmemente em defesa de um sistema tributário mais justo, progressivo e solidário.”
