1 de julho de 2025
Politica

Congresso manda e desmanda, Lula ameaça apelar ao STF e País fica sem projeto

Em votação relâmpago, como quem quer impor sua vontade o mais rápido que puder, o Congresso Nacional aprovou no mesmo dia dois projetos. Um corta as asas do governo Lula na tentativa de aumentar o IOF. Outro remenda uma decisão do Supremo Tribunal Federal e amplia o número de vagas na Câmara de Deputados.

Fisicamente no centro da Praça dos Três Poderes em Brasília, o Legislativo assumiu, de vez, o posto de quem dá as cartas. Derrotada em sua intenção de elevar alíquota de imposto, a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, agora, ventila a possibilidade de ir apelar ao Supremo Tribunal Federal. Na falta de votos entre deputados e senadores, o petista cogita recorrer à Corte dos 11 togados dos STF.

O  presidente Luiz Inácio Lula da Silva em encontro com os chefes do Poder Legislativo, Davi Alcolumbre (Senado) e Hugo Motta (Câmara)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva em encontro com os chefes do Poder Legislativo, Davi Alcolumbre (Senado) e Hugo Motta (Câmara)

O resultado do que se viu na noite da quarta-feira, 25, é história que vem sendo construída desde os tempos em que, na gestão Temer, o Legislativo tomou gosto por ir se apropriando de fatias do Orçamento federal.

No governo Bolsonaro, com o aval do então presidente da República, consolidou-se o modelo em que deputados e senadores dizem onde, como e quanto deve ser gasto do Erário em obras sem que haja um planejamento global. A lei que vale é a do meu pirão primeiro.

Lula assumiu o cargo e foi apresentado ao novo modelo. Em algum momento pode ter acreditado que seria possível assumir o timão. Até aqui não deu certo. O plano de apelar ao Judiciário vem junto com outras alternativas, todas sob a forma de quem perdeu o controle dos aliados que acreditou ter.

Para além do Planalto Central, Lula ainda enfrenta o dilema do que terá para mostrar aos eleitores em 2026. Do outro lado da rua, o principal adversário, o ex-presidente Jair Bolsonaro está inelegível. Sem direito de ter o nome na urna, o capitão mantém o projeto de apelar às ruas, como fará no domingo de novo na Paulista.

O petista ainda tem a vantagem de estar com a faixa de presidente no pescoço, mesmo que não consiga domar sua base de apoio congressual. Falta uma plataforma que vá além da propaganda para manter seu partido no Executivo federal.

Já Bolsonaro conta os dias para escolher seu sucessor formando um chapa que vá lhe assegurar o perdão judicial e até mesmo eventual controle sobre a futura gestão.

Até lá o Congresso vai mantendo seu protagonismo movido por interesses paroquiais e consolidando a imagem de um País sem projeto.

 

 

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