29 de junho de 2025
Politica

Bolsonaro exigirá mais que o compromisso de indulto para apoiar Tarcísio à Presidência em 2026

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) vai à avenida Paulista mais uma vez neste domingo, 29, para revitalizar o discurso em defesa da anistia dos golpistas. Ao seu lado estará o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), nome mais forte do centro-direita hoje para uma chapa presidencial, mas ainda sem o apoio do capitão.

Bolsonaristas, inclusive, consideram cada vez mais remota a chance de o ex-presidente abrir mão de ter o filho Eduardo Bolsonaro na chapa de 2026. Entretanto, se for inviável politicamente manter seu sobrenome na corrida ao Planalto, a lista de exigências para apoiar Tarcísio vai aumentar.

Além do compromisso com o indulto dos condenados pelo 8 de janeiro, o governador vai ser cobrado para se descolar da imagem de “queridinho da Faria Lima” — expressão que resume a percepção de que ele tem apoio de setores do mercado financeiro e da elite econômica.

Dois fatores fazem o bolsonarismo exigir essa contrapartida do governador

O primeiro ponto para o bolsonarismo exigir que Tarcísio “se livre” da imagem de “candidato da Faria Lima” é a certeza de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva usará como principal arma da campanha o discurso de pobres X ricos. Ou seja, para entrar no embate, o candidato da direita não poderá ser identificado como defensor da elite financeira, pois isso daria força ao petista.

Causou incômodo, por exemplo, uma declaração de Tarcísio para uma plateia de investidores, em março. Na ocasião, Lula havia enviado ao Congresso o projeto que amplia para R$ 5 mil a faixa de isenção do Imposto de Renda. Sem mencionar diretamente a proposta, o governador criticou o governo federal por “abrir mão de uma base relevante de pagantes”.

O segundo ponto é a leitura interna de que Tarcísio conquistou a Faria Lima pelo seu tom “moderado demais”, e isso o distancia do campo mais ideológico do bolsonarismo.

Bolsonaro vai escolher quem apoiar em 2026 não tanto pela lógica eleitoral — ou seja, quem tem mais chances de vencer o presidente Lula na reeleição —, mas, sim, por quem conseguir preservar seu poder político de alguma forma.

Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos)
Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos)

 

 

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