15 de agosto de 2025
Politica

A decadência conjunta de Lula e Bolsonaro. Entenda como isso é bom

Ontem ocorreu outro ato na avenida Paulista em defesa de Jair Bolsonaro, uma espécie de rotina da nossa política recente. Um retumbante fracasso. No linguajar das redes sociais: uma flopada com menos de 15 mil pessoas presentes, onde cabem cerca de 1 milhão. Ontem também foi publicado um artigo da revista inglesa The Economist, que, numa análise sobre o presidente Lula, diz o que estamos cansados de saber. O líder petista, impopular e omisso em seu próprio País, apenas leva constrangimento aos fóruns internacionais com suas posições ambíguas – ou mesmo favoráveis – a autocracias violentas como a Rússia e o Irã.

Lula e Jair Bolsonaro têm dificuldades para emplacar candidaturas para 2026
Lula e Jair Bolsonaro têm dificuldades para emplacar candidaturas para 2026

Mas tudo isso pode ser ótimo ao País. Pois são dois líderes que tem como marca dividir o Brasil, entre os seus e os deles. Lula, inclusive, após a derrota acachapante no Congresso na questão do IOF, aparentemente quer reeditar a ladainha do “nós contra eles”, que marcou sua trajetória política, travestida com a linguagem “ricos contra os pobres”. Não vai dar certo porque hoje o “eles”, ou seja, o antipetismo, é maior do que o “nós”, e estão pintados para a guerra (política).

À espera da condenação por tentativa de golpe de Estado, Bolsonaro segue na linha de tentar manter a supremacia política em seu campo. De ser ambíguo em relação aos aliados na questão dos sucessores, e até mesmo manter em suspense se poderia indicar alguém de sua família, como a esposa Michelle ou o filho Eduardo. Isso significa apenas que essa história de se preocupar com o Brasil acima de tudo, que é um patriota, trata-se de uma enorme balela. O que o move é tentar segurar seu poder, sua influência e, se possível, se livrar da prisão.

Lula já teve cerca de 80% de popularidade no final de 2010. Isso foi tido, até mesmo por analistas sérios, como resultado de sua habilidade, de sua competência, de sua predestinação. Quem discordava, alegando que o continente vivia um boom de crescimento devido aos aumentos das commodities e todos os governantes da região tinham popularidade semelhante à de Lula – e que o País crescia até menos do que os vizinhos – era apenas alguém com má vontade, no mínimo. Agora, em tempos de vacas menos gordas e de oposição forte, vê se que, ou o presidente perdeu a magia, ou ela nunca existiu fora da mente de tanta gente embevecida.

Talvez estejamos vivendo o ocaso dos dois líderes. Do ponto de vista individual de ambos, pode ser péssimo. Mas para o País é ótimo a depender do resultado. As névoas seguem de ambos os lados. Na esquerda, Lula não parece deixar sucessor claro. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, exerce uma função espinhosa e já foi atacado até pelos seus. À direita, há muitos em busca do aval do líder – alguns deles, ontem, constrangidos em cima de um trio elétrico.

A sociedade segue em busca de uma personalidade forte o suficiente para liderar e não apenas ser liderado (uma necessidade de nosso presidencialismo de força). E que saiba construir, e não apenas dividir para governar, como foi a prática de Lula e Bolsonaro, que vivem os outonos dos patriarcas.

 

 

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