Único senador de SP a votar para aumentar número de deputados coleciona polêmicas no MDB

Único senador de São Paulo a votar para aumentar o número de deputados de 513 para 531, Giordano (MDB) tem futuro político incerto. O voto causou desconforto com a bancada paulista na Câmara e no Senado, que aponta sub-representação do Estado no Congresso, e ele tem colecionado polêmicas com os pares em outras pautas. Procurado pela Coluna do Estadão, o senador não comentou.

Nas eleições de 2024, Giordano apoiou Guilherme Boulos (PSOL) à Prefeitura de São Paulo, apesar de seu partido, o MDB, ter lançado o prefeito Ricardo Nunes na disputa. Giordano herdou o mandato de senador do bolsonarista Major Olimpio, que morreu de Covid em 2021. Segundo apurou a Coluna do Estadão, em agosto ele e o presidente da sigla, Baleia Rossi, devem ter uma conversa sobre o cenário eleitoral de 2026.

Proposta passou no Senado por um voto

O projeto de lei que aumenta o número de deputados passou no Senado por apenas um voto na última quarta-feira, 25. Para a bancada paulista, o texto prejudica São Paulo, porque o Estado mais populoso do País já atingiu o teto de 70 deputados e manterá o número atual de parlamentares.

O Congresso tinha até a segunda-feira, 30, para cumprir um prazo do Supremo Tribunal Federal e estabelecer uma nova distribuição de cadeiras na Câmara com base no Censo de 2022. Os parlamentares decidiram aumentar as cadeiras totais, em vez de alguns estados perderem deputados.

Dos três senadores de São Paulo, só Giordano votou a favor do texto. A votação foi tão disputada que, em atitude rara, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), deixou o comando da sessão para registrar voto favorável à proposta aprovada por 41 votos, o mínimo necessário, ou seja, 50% do plenário mais um voto.

Na Câmara, a bancada paulista deu apenas 20% dos votos a favor do projeto de lei. Dos 70 deputados, 56 rejeitaram o texto. As duas Casas aprovaram a proposta no mesmo dia.

Os 9 estados que ganharão deputados

Se a lei for sancionada pelo presidente Lula, a Câmara terá mais 18 deputados, e passará de 513 para 531 integrantes. Terão mais representantes na Casa os seguintes estados:

• Amazonas (+2)
• Mato Grosso (+2)
• Rio Grande do Norte (+2)
• Pará (+4)
• Santa Catarina (+4)
• Ceará (+1)
• Goiás (+1)
• Minas Gerais (+1)
• Paraná (+1)