9 de julho de 2025
Politica

Empresa a serviço do governo confirma morte de 2 indígenas em acidente aéreo em reserva Yanomami

Dois indígenas morreram em um acidente de helicóptero a serviço do Ministério da Saúde na segunda-feira, 7, na terra indígena Yanomami, em Roraima. A informação foi confirmada à Coluna do Estadão nesta terça-feira, 8, pelo diretor de Segurança da Voare, companhia que fez o voo. Outras três pessoas que estavam a bordo foram resgatadas e estão sendo levadas a Boa Vista (RR) para atendimento médico.

A Voare pertence ao empresário Renildo Lima, que em setembro ficou um dia preso pela Polícia Federal (PF) com dinheiro na cueca. Ele é marido da deputada federal Helena Lima (MDB-RR).

“Dois indígenas vieram a óbito. As outras três pessoas estão em deslocamento para Boa Vista (RR). As causas estão sendo levantadas. A equipe de investigação do Cenipa está se deslocando para Roraima. Vamos aguardar as autoridades de investigação para ter mais informações”, afirmou Haroldo de Sousa, diretor de Segurança Operacional da Voare, à Coluna do Estadão.

Helicóptero Esquilo da Voare
Helicóptero Esquilo da Voare

Procurados, o Ministério da Saúde e a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) não responderam. A Voare afirmou que o helicóptero fazia missão de atendimento médico e houve dificuldade de resgate por condições meteorológicas ruins na região. O caso é investigado pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), ligado à Aeronáutica.

O helicóptero que caiu é do modelo Esquilo B2, matrícula PP-IVO, da Voare Táxi Aéreo, contratada pela Secretaria de Saúde Indígena, do Ministério da Saúde. O acidente aconteceu na região de Surucucu, na terra indígena Yanomami, em Roraima.

Dono da empresa foi preso da PF com dinheiro na cueca

Em setembro do ano passado, durante a campanha eleitoral municipal, o dono da Voare, Renildo Lima, ficou um dia preso pela PF, depois de ser flagrado com R$ 500 mil em dinheiro vivo. Parte da quantia estava em sua cueca. Dois policiais militares também foram detidos por supostas compra de votos e associação criminosa. O grupo nega irregularidades.

A Voare é controlada por Renildo Lima, marido da deputada Helena Lima (MDB-RR), eleita em 2022, e pela filha do casal Eduarda Lima. A parlamentar fundou e trabalhou na empresa.

Em pelo menos 15 anos de contratos públicos, a Voare bateu recordes de faturamento com o governo federal em 2023 e 2024, já com a deputada no mandato. Neste ano, a empresa assinou R$ 211,5 milhões em contratos com o Ministério da Saúde.

Terceiro acidente na terra indígena em 7 meses

Em dezembro passado, um avião da Voare, também a serviço do ministério, teve um acidente e saiu da pista de pouso na terra indígena Yanomami, em Roraima. Ninguém se feriu.

Também em dezembro, um helicóptero da empresa Flyone a serviço do Ministério dos Povos Indígenas teve uma pane e fez um pouso forçado na terra indígena. Não houve feridos.

 

 

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