Deputados do PSOL pedem responsabilização de Eduardo Bolsonaro na Justiça por tarifaço de Trump
Em reação à sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros prometida pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, parlamentares do PSOL procuraram a Justiça para que se investigue a participação do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) na medida anunciada pelo americano.
Na carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta quarta-feira, 9, Trump critica o tratamento dado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e decisões do STF que, segundo ele, prejudicam empresas de tecnologia dos EUA.

A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) apresentou uma petição ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo o bloqueio de bens e de doações à família Bolsonaro por conspirarem contra o Brasil, no inquérito aberto pelo ministro Alexandre de Moraes, que investiga a suposta atuação do deputado nos Estados Unidos contra o próprio País.
Eduardo está morando no país americano desde fevereiro, quando se mudou em busca de sanções contra autoridades brasileiras para livrar o pai da prisão.
Em outra frente, a deputada apresentou uma queixa-crime à Procuradoria-Geral da República (PGR), pedindo que o deputado seja processado por auxiliar intervenção estrangeira nos negócios internos do País.
Da mesma bancada, Sâmia Bomfim (PSOL-SP) também acionou a PGR pedindo a instauração de inquérito por supostas relações de Eduardo com autoridades americanas para punir o Brasil e se beneficiar politicamente.
Já o próprio partido pediu a prisão preventiva de Eduardo, também por atentar contra a soberania do País. A ação protocolada na PGR diz que o deputado atua em lobby contra as instituições brasileiras, com “com ações anti-diplomáticas equiparáveis a uma declaração de guerra”.
Em São Paulo, os integrantes do PSOL também apresentaram medidas contra o deputado do PL. Da bancada estadual do partido na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), os deputados estaduais Guilherme Cortez (PSOL-SP) e Ediane Maria (PSOL-SP) abriram ações contra Eduardo, e também contra o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), que entrou na discussão sobre a crise tarifária e econômica com declarações a favor de Trump.
O governador do Estado mais rico do País disse que a culpa pela guerra tarifária é do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que, segundo ele, “colocou ideologia acima da economia e se esconde atrás de Bolsonaro”. Após enxurrada de críticas, Tarcísio ponderou que o Brasil precisa “deixar de lado as questões ideológicas, o revanchismo e as narrativas” para negociar com os Estados Unidos.
Ediane Maria protocolou pedido de impeachment contra Tarcísio após as declarações favoráveis a Trump, acusando o governador de cometer crime de responsabilidade. “Quando ele diz que somente o povo poderia julgar Bolsonaro, é o mesmo que dizer que o Judiciário não tem competência e legitimidade para julgar o ex-presidente pela prática de abuso de poder político que resultou em sua inelegibilidade”, disse a deputada.
Já na segunda-feira, 7, após Trump publicar nota afirmando que Bolsonaro sofre “perseguição política”, o governador afirmou que o padrinho político “deve ser julgado somente pelo povo brasileiro, durante as eleições”.
Procurados pelo Estadão, representantes de Tarcísio não responderam até a publicação. O espaço continua aberto para atualizações.