12 de julho de 2025
Politica

Redes revelam reações ao tarifaço que a direita não previu

As redes sociais mostram que a decisão de Donald Trump de impor uma taxação de 50% sobre produtos nacionais está sendo profundamente rejeitada. Levantamento da AP Exata, feito com base em 260 mil publicações, revela que 59% criticaram a medida e cobraram uma reação do Brasil. Apenas 22% manifestaram apoio à decisão dos Estados Unidos, enquanto 18% mantiveram tom neutro, mas pediram que o governo atue com racionalidade, não impulso.

Entre os que se opõem à taxação e discutem solução para o problema, 61% defendem acionar a Organização Mundial do Comércio. Outros 24% preferem usar a reciprocidade de forma limitada, somente após o fracasso de negociações. Há ainda 15% que rejeitam qualquer tipo de retaliação, por temerem uma escalada prejudicial à economia brasileira.

O presidente dos EUA Donald Trump é alvo de críticas nas redes
O presidente dos EUA Donald Trump é alvo de críticas nas redes

A pesquisa também mediu como os perfis moderados atribuem responsabilidades. Para 48% deles, a culpa é de Trump e de sua política protecionista. Um terço responsabiliza a polarização brasileira, dividindo o peso entre lulismo e bolsonarismo. 11% culpam exclusivamente Lula e outros 9% apontam as pressões da direita brasileira sobre os Estados Unidos como responsável pela medida. São esses moderados que, hoje, podem ser considerados os fiéis da balança eleitoral.

O episódio exibiu os limites de uma diplomacia construída com base em vínculos ideológicos e mostrou o custo político de tratar relações internacionais como extensão de interesses pessoais. O gesto de Eduardo Bolsonaro, ao agradecer publicamente a Trump, escancarou essa percepção.

Lula aproveitou a oportunidade para tirar da direita a bandeira do patriotismo. Agora busca uma solução para o conflito. Inicialmente, disse que usaria a Lei da Reciprocidade, mas tem sido cauteloso e estuda formas de retaliar, sem prejudicar o País. Se conseguir, poderá atrair os moderados e agradar o setor exportador. Mas os entraves ideológicos se mostram como um obstáculo para convencer os eleitores de centro que ele representa a voz da diplomacia.

Quem conseguir demonstrar equilíbrio, firmeza institucional e foco na economia pode atrair um eleitorado cansado de extremos. Pode ser um nome da direita liberal, com discurso técnico. Pode ser um governo que reposiciona sua imagem. Ou um outsider, que proponha soluções práticas para problemas reais.

Por enquanto, os moderados observam. O que eles querem é clareza de propósito, leitura de contexto e capacidade de proteger os interesses nacionais. Quem não entregar isso vai ficar pelo caminho.

 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *