24 de julho de 2025
Politica

Conquistas de Eduardo Bolsonaro: o pai Jair mais próximo da prisão e a raiva do setor produtivo

De seu autoexílio nos Estados Unidos, o filho do presidente Jair Bolsonaro, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), tem vivido num mundo interior bastante peculiar – típico de muitos personagens perturbados de Hollywood. Acredita que suas supostas ações podem fazer o País se vergar ao império americano, devido às tarifas ameaçadoras de Donald Trump aos produtos brasileiros. E de quebra, ele próprio se torna um candidato viável ao Palácio do Planalto, acreditem. De fato, transformou as alucinações de sua mente no que considera ser o mundo real.

Eduardo Bolsonaro entregou de mão-beijada o discurso da soberania e do patriotismo ao ultra inimigo pessoal e político, Luiz Inácio Lula da Silva.
Eduardo Bolsonaro entregou de mão-beijada o discurso da soberania e do patriotismo ao ultra inimigo pessoal e político, Luiz Inácio Lula da Silva.

Mas, na prática, o número 3 da prole Bolsonaro conseguiu que o processo que pode levar seu pai à prisão se acelerasse; que a votação de um projeto de anistia aos vândalos/golpistas de 8 de janeiro se desacelerasse e, de quebra, obteve a perplexidade e descontentamento dos agentes econômicos brasileiros – produtivos e financeiros – sobretudo em seu estado eleitoral, São Paulo. Até agora, Eduardo cometeu uma espécie de hat trick, fazendo três gols contra.

Apenas um objetivo ele parece ter alcançado: ferir gravemente a candidatura presidencial do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Segundo o deputado, o governador seria a “oposição consentida”, um “nome do sistema”. Se prosseguirmos com as batidas analogias de futebol, podemos dizer que Eduardo também fez uma falta grave a um jogador do mesmo time e o enviou para o vestiário.

O que quer Eduardo, abertamente? Que o País, com muito medo de Trump, vote uma anistia expressa para poupar o pai da cadeia, seguida de um impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes – tudo isso para não virarmos a Venezuela. Nesse caso, ao que tudo indica, está próximo de marcar um quarto gol contra, pois entregou de mão-beijada o discurso da soberania e do patriotismo ao ultra inimigo pessoal e político, Luiz Inácio Lula da Silva.

Muitos clichês da política são rigorosamente verdadeiros. Um deles é como nuvens. Você olha para cima está de um jeito e logo depois, ao avistar o céu novamente, o formato mudou. Mas no aspecto geral não se vê o que Eduardo e a família Bolsonaro têm a ganhar com tudo isso.

Aparentemente, Eduardo está embevecido com a suposta atenção que recebe de Trump. E num mundo em que ter holofotes passou a ser o objetivo supremo, está satisfeito, muito. O resto, consequências práticas que podem prejudicar seu clã, tudo bem, se ajeita depois. O que importaria é o buzz, o barulho, o chacoalhar das redes, o resto seria menor. São os tempos históricos de imaturidade, egolatria, vaidade, superficialidade, alienação, oportunismo, arrivismo e exibicionismo. Eduardo, além de filho de Jair Bolsonaro, com tudo o que isso significa, é também filho da sua época. Nem sempre há tratamento.

 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *