Pistolas, rifles, espingardas e revólveres: saiba quais são os calibres preferidos dos CACs
BRASÍLIA — Pistola 9 mm, predomínio dos atiradores desportivos e paridade entre as armas de fogo de usos permitido e restrito. Os dados disponibilizados pela Polícia Federal (PF) sobre os colecionadores, atiradores e caçadores (CACs) mostram o perfil das armas circulando nas mãos da categoria hoje.
Quinze dias após assumir a responsabilidade pela fiscalização dos CACs, que estava com o Exército brasileiro, a PF passou a divulgar nesta terça-feira, 15, as estatísticas dos certificados de registro e das armas de fogo, que tiveram uma explosão de circulação durante o governo Bolsonaro (2019-2022).

Entre as 1,5 milhão de armas de fogo nas mãos de CACs no País, o calibre preferido é o 9x19mm Parabellum. O nome vem do provérbio em latim “Si vis pacem, para bellum”, que significa “Se quer a paz, prepare-se para a guerra”. Há 472,4 mil armas registradas desse calibre, ou 31% do total.
Em seguida vêm o 22 Long Rifle (213,4 mil armas), 12 GA (178,6 mil), 380 Automatic (145,9 mil) e 357 Magnum (120,4 mil). Já entre os revólveres, os mais populares são o 38 Special (83,9 mil) e a 367 Magnum (78,8 mil).
Em 2023, o governo Lula publicou um decreto para regulamentar o uso de armas de fogo após a disseminação desenfreada nos anos anteriores. O documento retomou os parâmetros que existiam em 2018 para limites de armas curtas, e pistolas 9mm, .40 e .45 ACP voltaram a ser de uso restrito. Armas longas de alma lisa semiautomáticas também passaram a ser restritas.
O tipo de arma mais comum é a pistola (733,7 mil), seguida pela carabina (333,8 mil), espingarda (229,5 mil) e revólver (206,7 mil). Garruchas, metralhadoras, submetralhadoras e canhões aparecem com mais raridade, entre as dezenas e o milhar de unidades. Entre os caçadores, a espingarda e a carabina são as mais populares.
O Estado de São Paulo se destaca por concentrar 27,9 mil dos 52 mil colecionadores com registro — 53,6% do total. Já o Rio Grande do Sul, Goias e Mato Grosso do Sul são redutos especiais de caçadores.
Os Estados onde o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem melhor desempenho eleitoral são também aqueles com maior presença de armas de fogo nas mãos de CACs: São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina.
Atiradores desportivos são a maioria de todos os registros de CAC: 1,2 milhão (81,6%). Caçadores são 224,4 mil (14,9%); e colecionadores, 52 mil (3,4%). Já entre as categorias de armas há paridade: há 751,9 mil armas de uso permitido (49,9%) e 755,3 mil de uso restrito (50,1%).
Os dados abertos disponibilizados pela PF mostram uma explosão na quantidade de registros de CAC emitidos durante o governo Bolsonaro (2019-2022). Em 2018, o governo brasileiro emitiu 17.356 certificados de registro. O número passou para 80.050 em 2019, primeiro ano de Jair Bolsonaro (PL) no poder, e só cresceu: 126.082 em 2020, 231.836 em 2021 e 361.142 em 2022, o pico histórico.
Com o início do governo Lula, em 2023, a quantidade de registros despencou: foi para 1.076 naquele ano. Teve um crescimento para 73.085 em 2024, e até o meio deste ano havia 36.834. Há oficialmente 978.441 registros no Brasil contabilizados desde 2001 — isto é, 81,7% foram emitidos durante o governo Bolsonaro.