18 de julho de 2025
Politica

Setor de pescados vai interromper exportação em uma semana se tarifaço não mudar

O presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Pescados (Abipesca), Eduardo Lobo, afirmou nesta terça-feira, 15, que o setor vai interromper a atividade de exportação daqui a uma semana se não houver evolução no tarifaço anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Cerca de 70% das exportações brasileiras são destinadas aos EUA. Mais cedo, Lobo participou de uma reunião com o vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, e outros empresários.

“O setor de pescados vai aguardar sete dias e interromper todas as atividades de exportação de pescados do Brasil. O setor não consegue esperar. A pescaria vai num dia e volta no outro. Estamos parando todas as embarcações, a cadeia produtiva toda. Como vamos produzir sem saber para quem vamos vender e por quanto?”, afirmou à Coluna do Estadão o presidente da Abipesca, que representa empresas responsáveis por 90% das exportações de pescados do País.

Terminal de movimentação de contêineres da Portonave em Navegantes (SC)
Terminal de movimentação de contêineres da Portonave em Navegantes (SC)

Segundo o empresário, o vice-presidente Geraldo Alckmin mostrou na reunião que o governo brasileiro está disposto a conversar “economicamente, sem viés político” com os EUA sobre o tarifaço. Na última quarta-feira, 9, Trump anunciou, por meio de uma rede social, uma sobretaxa de 50% a importações brasileiras.

Na carta, Trump apontou perseguição do Brasil ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e reclamou de decisões do Supremo Tribunal Federal contra empresas norte-americanas de tecnologia. O deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está morando nos EUA, usou o episódio para cobrar do Congresso uma anistia ao pai.

Como mostrou a Coluna do Estadão, na última semana a Abipesca afirmou ao presidente Lula (PT) que o tarifaço pode afetar pelo menos 25 mil empregos no setor. Em carta enviada ao Palácio do Planalto, a entidade apontou que a sobretaxa de 50% terá impacto “significativo e imediato” no ramo da pesca. Para o presidente da associação, a crise é comparável ao início da pandemia de Covid, quando houve uma queda brusca no mercado.

 

 

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